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A partir da segunda metade do século 20 a população brasileira começou a migrar do campo para as cidades, que não foram capazes de absorver o fluxo. O resultado foi o surgimento de espaços em que a população vive sem acesso a serviços básicos, como saneamento básico e energia elétrica. As condições de moradia não são dignas e geralmente os cidadãos precisam viver do sub-emprego.

A vida de Daniele Vinicius e sua família se encaixa neste contexto. Os pais de Ângela vieram do interior e o ciclo de pobreza foi se repetindo na Vila Torres. Apesar de não enfrentar desafios tão grandes como São Paulo e Rio de Janeiro, o Paraná ainda tem muito por fazer nesta área.

No Brasil, um a cada quatro brasileiros vive em favelas. Dados do Ipea mostram que um terço das moradias nacionais são inadequadas, seja por falta de água encanada ou esgotamento sanitário. Quase metade da população não tem tratamento sanitário adequado. Apesar disso, houve progresso na última década. Segundo a Agência das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), o índice de brasileiros vivendo em favelas caiu de 31% para 26% da população.

No Paraná os problemas se concentram nas grandes cidades. Curitiba tem cerca de 220 mil pessoas vivendo em 254 favelas. Nos próximos anos, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, garantirão que quase 12 mil famílias paranaenses deixem as moradias irregulares em Piraquara, Campo Magro, Pinhais e Colombo.

Para o urbanista e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Carlos Hardt, o estado deu um grande passo quando passou a exigir que todos os municípios tivessem um plano diretor para acessar recursos. "Hoje o Paraná é o estado com maior porcentual de prefeituras que já elaboraram um plano diretor. Implantar as ações é o próximo passo." Outro desafio é pensar a região metropolitana com uma gestão integrada.

O engenheiro civil e urbanista Ronaldo Guimarães Gouveia, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, lembra que há uma demanda nas grandes cidades por um transporte público eficiente e acessível. Segundo ele, é preciso um investimento maciço em transporte de alta capacidade, como o metrô. "Este será o grande lema da infra-estrutura na próxima década."

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