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Saúde

A calvície que incomoda tem solução

Vítimas da genética, carecas enfrentam com bom humor as falhas capilares ou partem para tratamentos radicais, que vão do medicamento contínuo ao transplante

Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar | Roberto Custódio/JL
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar (Foto: Roberto Custódio/JL)

Aeroporto de mosquito, pouca telha, bola de cristal, cabeça de lua cheia... a calvície alheia inspira piadinhas. Há quem se ofenda e quem, sem escolha, aprenda a levar na brincadeira. Mas hoje em dia, ser careca pode ser uma opção. As alternativas para garantir a cabeleira vão muito além dos condenados "cabelos de boneca" e das perucas. Mas quem quer curtir a cabeleira precisa começar a cuidar do cabelo desde cedo, já que nem os transplantes de cabelo dão conta se não houver o mínimo de fios aproveitáveis.

O alerta vale principalmente para quem têm outros carecas na família. A calvície tem origem genética, se há casos por parte do pai ou da mãe, a chance de perder os cabelos é de 50%. Já se o problema afeta ambos os lados, a probabilidade aumenta para 75%.

Os irmãos Jean, Oscar e Cristian Coelho Lemos, de 31, 29 e 21 anos respectivamente, resolveram assumir a careca. Os três começaram a perder o cabelo por volta dos 15 anos, por conta da herança genética paterna. Oscar foi o primeiro a radicalizar. Aos 14 raspou o cabelo e aos 16 fez uma tatuagem na cabeça. Jean foi o próximo a adotar o visual totalmente careca. Cristian, o mais novo, é o único ainda alterna períodos de pseudocabeleira com a careca absoluta. "Quando era mais novo tentei usar um moicano, mas como já tinha algumas falhas a galera ficava zoando", lembra.

Perder cabelos é, até certo ponto, normal. A média de queda é de 100 fios por dia para uma pessoa saudável. A calvície não causa a perda excessiva dos cabelos de uma hora para a outra. "É preciso prestar atenção na perda de volume", alerta a dermatologista e especialista em cabelos, Fabiane Brenner.

Os tratamentos clínicos disponíveis hoje são capazes apenas de manter e recuperar a qualidade dos fios, ou seja, não fazem nascer cabelo novo e, portanto, devem ser usados por quem ainda está no estágio inicial de calvície. O mais popular é o chamado finasteride, um modificador hormonal que atua bloqueando o hormônio masculino que leva ao enfraquecimento dos fios. O paciente toma um comprimido por dia e o efeito se mantém durante o uso da medicação. "Comecei a tomar o remédio aos 21 anos, quando depois de um acidente com fogo tive de raspar a cabeça e percebi que já tinha algumas falhas. Tomei por cinco anos e acho que ajudou bastante", conta o cirurgião dentista Belmiro Tesser.

Outra opção é uso de uma solução tópica chamada minoxidil, que é aplicada diretamente nos cabelos diariamente e age estimulando os fios que já estão fracos. Assim com o finasteride, o tratamento deve ser contínuo. Alguns profissionais recomendam inclusive o uso associado dos dois.

Para os mais radicais há ainda a opção do transplante, mas que também depende de uma boa quantidade de cabelo na parte posterior da cabeça. De acordo com a especialista em transplante capilar, Cristiane Klimovicz, a técnica mais avançada disponível hoje é transplante microfolicular, que consistem em transplantar, com o auxílio do microscópio, cada unidade folicular, que pode ter de 1 a 4 fios de cabelo. O uso de pequenas agulhas e a separação minuciosa dos fios evita o temido efeito "cabelo de boneca", que se obtinha antigamente quando eram transplantados pequenos tufos de cabelo de uma só vez. Cada sessão, que compreende a retirada dos cabelos e o transplante, pode levar de 6 a 8 horas. A cirurgia é feita com a anestesia local e sedação. "É importante saber que depois de 7 a 10 dias há a formação de uma casquinha nos locais de aplicação e os fios caem, isso é normal. Os resultados começam a aparecer em 2 ou 3 meses, e somente perto de um ano depois os resultados já podem ser considerados definitivos", esclarece.

Para os mais céticos, a especialista garante que não há riscos dos cabelos transplantados caírem depois de um tempo. "Os fios da parte posterior da cabeça são programados geneticamente para não cair", explica.

O dentista Ulysses Chuery, 35, já fez dois transplantes, um há cinco anos e outro há dois. "Estava ficando careca principalmente na chamada coroinha e optei pela cirurgia porque queria resolver de vez", conta.

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