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Painel

A cizânia

Unida no esforço para derrubar Renan Calheiros (PMDB-AL), a oposição está muito menos homogênea no que diz respeito à escolha de seu sucessor. José Sarney (PMDB-AP), opção confortável para Lula, tem alguma entrada no DEM e a receptividade de pelo menos dois cardeais do PSDB: Tasso Jereissati (CE) no Senado e o governador Aécio Neves (MG) fora dele. Mas há dura resistência a seu nome em outros setores do partido e mesmo entre alguns "demos". O PMDB aposta que o PT usará a divisão dos tucanos para prolongar a interinidade de Tião Viana (AC) e reunir apoios que o transformem em eventual solução definitiva. Há grande chance de não dar certo pois o governo precisa do PMDB. Mas por que não tentar?

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Ad infinitum 1 – Enquanto não se chega a acordo sobre a sucessão definitiva de Renan, "o Tião vai ficando", diz um petista graúdo. "Acho que o decreto do Arruda proibindo o gerúndio não afetará o Senado", brinca ele. Ad infinitum 2 – Além dos 30 dias de tramitação inicial na CCJ, o projeto que prorroga a CPMF pode voltar à comissão para prazo idêntico caso 27 senadores assinem um destaque em plenário. Se a oposição estiver a fim de dar trabalho ao governo, o número é facilmente alcançável. Acelerador – Já o governo pode adotar o expediente de revogar medidas provisórias também no Senado. Estima-se que, na hora de votar a CPMF em plenário, serão 14 as MPs trancando a pauta.

Carência – César Borges (PR-BA), primeiro senador do DEM a cruzar o rubicão rumo à base aliada, teve R$ 1,476 milhão empenhado em emendas após trocar de legenda. Édison Lobão (MA) e Romeu Tuma (SP), que deixaram o partido há pouco (o primeiro para o PMDB e o segundo para o PTB), não viram um tostão. "Os dois já estão trabalhando, mas ainda não começaram a receber", brinca um colega. Força do hábito – Tuma, que pôs também um filho no PTB, deixou sua ficha de desligamento do DEM assinada no diretório paulista. Mas na semana passada ainda se reportava ao "demo" José Agripino (RN) como "meu líder".

Payback 1 – Geddel Vieira Lima faz cara feia diante do rumor de que teria plano B para a eleição em Salvador, caso o prefeito João Henrique (PMDB) não saia do atoleiro. "Isso é intriga", diz o ministro da Integração Nacional. "O governo do Estado vai apoiar nosso candidato, assim como apoiamos Jaques Wagner." Payback 2 – Não é à toa que Geddel lembra publicamente o compromisso. Em privado, mais de um secretário do governador petista revela preferência pelo neotucano Antonio Imbassahy, ex-prefeito e atual líder nas pesquisas. Padrinho – Aliado do PT, o governador Cid (PSB) não quer. O irmão Ciro também não, mas, como ex-marido, está impedido de dizê-lo. O único interessado na candidatura de Patrícia Gomes (PDT) em Fortaleza é o tucano Tasso Jereissati, que tenta retomar espaço na capital cearense. Redução... – Beto Richa (PSDB) fará tudo e mais um pouco para se reeleger no 1.º turno em Curitiba – cenário que as pesquisas apontam hoje com margem apertada. Segunda colocada, Gleisi Hoffman (PT) terá, se chegar à etapa final, apoio do governador Roberto Requião (PMDB). ... de risco – Em 2006, embora tenha perdido a disputa por uma vaga no Senado para Alvaro Dias (PSDB), Gleisi foi a mais votada na capital. Desempate – Beto Albuquerque (PSB) propôs a Manuela D’Ávila (PC do B) e Vieira da Cunha (PDT), como ele pré-candidatos em Porto Alegre, que decidam em março, com base em pesquisas, quem será o nome único das siglas que formam o "bloquinho".

TIROTEIO

* Do senador JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE) sobre o afastamento de Renan Calheiros, que passou boa parte da crise dizendo que em seu dicionário não existiam as palavras "licenciamento" e "renúncia":

– Renan já deve estar consultando um novo dicionário, no qual certamente vai encontrar a palavra "renúncia".

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