
A reforma da Praça Miguel Couto, a Pracinha do Batel, está completando dois anos e, depois de tanta polêmica envolvendo a obra, quem trabalha no local diz que pouca coisa mudou, pelo menos para os comerciantes. Para os motoristas que circulam na região, segundo a Urbs, a melhora é indiscutível, mas também o fluxo de veículos aumentou por conta das facilidades que a abertura do espaço proporcionou.
Em 2007, quando foi feita a divisão, Mariângela Mendonça Heidorn e sua família não gostaram nada do projeto. Eles estão no local há 38 anos com a banca de revistas e, segundo ela, a obra representava a descaracterização de um ponto tradicional da cidade. Hoje, Mariângela diz que pelo menos para o negócio dos Heidorn nada mudou. "Continuamos sendo a banca que mais vende revistas em Curitiba", afirma.
Também na floricultura o movimento continua intenso. A responsável pela loja, Lilian Frote, lembra que sua única preocupação na época que foi anunciada a obra era que a banca mudasse de lugar. Mas isso não aconteceu e a divisão da praça não teve impacto nas vendas. Para Lilian, o único problema está na área de estacionamento em frente à banca, que ainda não está bem sinalizada. Isso tem confundido os motoristas. "Estamos pedindo desde março para que seja melhorada a sinalização", reclama ela.
Na Justiça
O projeto de divisão da Pracinha do Batel causou tanto tumulto que chegou à Justiça. O Movimento Amigos do Batel moveu uma ação e conseguiu fazer com que as obras fossem paralisadas no mês de junho de 2007. A prefeitura de Curitiba teve de esperar 13 dias até que outra decisão judicial permitisse a retomada do trabalho.
Rafael Xavier Schuartz, coordenador do Movimento Amigos do Batel e um dos principais militantes contrários à obra, continua convicto de que a divisão da praça só foi proposta para atender os interesses comerciais dos empreendedores que devem construir um shopping no Batel. Para ele, o trânsito na região continua ruim.
Schuartz lembra que na época o Movimento Amigos do Batel tentou conversar com representantes da administração municipal, mas nunca foi recebido. "Nós sempre quisemos mostrar que as alterações são feitas sem que haja uma discussão com a sociedade. Ninguém consegue falar nas audiências públicas", critica.
O Shopping Pátio Batel, que seria construído entre a Avenida Batel e a Rua Desembargador Costa de Carvalho, é um empreendimento cogitado no mercado, mas não há informações oficiais recentes sobre a obra. Só quem poderia tratar do assunto seria o empresário Salomão Soifer, que comanda o grupo Soifer Participações. Procurado pela Gazeta do Povo na sexta-feira, ele não foi localizado e a informação é de que ele não fala sobre o assunto.
Em setembro do ano passado, numa entrevista ao jornal, Soifer disse que decidiu não falar sobre o projeto até que ele estivesse concluído porque o empreendimento acabou sendo responsabilizado por uma série de mudanças no bairro, o que não seria verdade. O empresário só adiantou que se trata realmente de um shopping que trará inovações.
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