Dez pessoas morreram e pelo menos outras 22 ficaram feridas em um acidente envolvendo um ônibus que transportava 35 universitários e um caminhão carregado com produtos de limpeza. O acidente aconteceu por volta das 22h30 de quarta-feira, no quilômetro 157 da BR-101, no município de Gameleira, a 10 km de Ribeirão, destino final do ônibus que levava para casa os estudantes da Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul (Famasul), em Palmares (PE).
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, houve imprudência do motorista do ônibus, que ultrapassou um caminhão-caçamba no início de uma curva e bateu de frente contra o caminhão que vinha no sentido oposto e seguia de Recife para Maceió. O caminhão rasgou a lateral esquerda do ônibus. O motorista do ônibus, Luciano dos Santos Franco Ferreira Lins, de 37 anos, e nove estudantes, todas mulheres, morreram no local. Aline Nancyr Ferreira, que escapou do acidente e recebeu alta na manhã de ontem do hospital da Restauração, no Recife, confirmou que o motorista forçou a ultrapassagem.
Dezessete feridos foram levados ao Hospital da Restauração, a maior emergência do estado, enquanto os outros, com ferimentos leves, receberam socorros nos hospitais da região. Segundo a direção do hospital, dos feridos três receberam alta e treze estavam em observação. Sielda Moura da Silva, de 33 anos, que apresentava caso mais grave, foi transferida para o Hospital Esperança, privado. O acidente será investigado pela delegacia de Gameleira.
Paraná
No Centro-Oeste do Paraná, cerca de 3,5 mil estudantes da região de Campo Mourão, que integra 25 municípios, enfrentam diariamente longas viagens, em ônibus particulares e de prefeituras, para freqüentar os cursos noturnos de duas faculdades da cidade. A viagem nem sempre é confortável. "Além da falta do cinto de segurança, os bancos estão rasgados e extremamente desconfortáveis", reclama uma estudante de Direito, que não quis se identificar. Ela passa diariamente mais de uma hora dentro de um ônibus da prefeitura de Barbosa Ferraz na viagem até Campo Mourão. "Em dias quentes o ambiente se torna insuportável por causa do calor e da poeira. No inverno, quem não traz blusa passa frio." Ela lembra que por mês paga R$ 80 pelo transporte escolar.
"A lataria está ruim e as poltronas danificadas", admite o motorista do ônibus, Benedito Vaz de Lima. Segundo ele, diariamente o veículo roda mais de 165 km com 45 alunos. "Quando não tem lugar, alguns são obrigados a vir em pé."
Conforme o fiscal Antônio Rodrigues de Macedo, do Serviço de Transporte Comercial (STC), órgão ligado ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná, responsável pela fiscalização dos veículos do transporte escolar, os ônibus têm de oferecer segurança e estar em condições para trafegar. "Nas vistorias para a liberação dos ônibus são avaliados o tacógrafo, a sinalização, pneus e as condições internas dos veículos." Em caso de veículos particulares é exigido também o alvará.
