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Trânsito

Acidente mata criança sem cinto

Menina de 10 anos ia para a escola de carro com a mãe e a irmã, que estavam com o equipamento e sofreram ferimentos leves

Itens de segurança adequados à cada faixa etária |
Itens de segurança adequados à cada faixa etária (Foto: )
A Urbs está realizando blitzes de orientação aos pais na frente das escolas. |

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A Urbs está realizando blitzes de orientação aos pais na frente das escolas.

A falta do cinto de segurança provocou a morte de uma menina de 10 anos ontem, por volta das 7 horas, no trecho da BR-476 que dá acesso à Victor Ferreira do Amaral, no bairro Tarumã em Curitiba. O carro em que ela estava capotou após sua mãe perder o controle pouco antes de chegar ao Colégio Militar de Curitiba, para onde ela levava as filhas, de 10 e 9 anos.

A criança que morreu estava sentada no banco da frente sem o cinto de segurança. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a família explicou que a menina tirou o cinto pouco antes do acidente para pegar a mochila. A mãe e a irmã estavam com o equipamento e sofreram apenas ferimentos leves.

Para evitar tragédias como essa e reduzir as mortes de crianças em acidentes de trânsito – que chegam a 40% do total de óbitos na faixa etária de até 14 anos no país –, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) mudou as normas para o transporte dos menores de 10 anos nos veículos. A resolução 277, que revogou a número 15, foi estabelecida em maio de 2008 e tem o prazo de dois anos para entrar em vigor. A partir de maio de 2010 os motoristas que não obedecerem à lei vão pagar multa de R$ 191,54, perder 7 pontos e ter registro na carteira de motorista como infração gravíssima.

Entre junho de 2007 e maio de 2008, antes da nova resolução, foram registradas 450 infrações na capital por transporte de criança menor de 10 anos no banco da frente. Antes que acabe o prazo de carência para que a lei funcione efetivamente, a Urbs realiza neste mês blitzes de conscientização nas principais avenidas de Curitiba, além de ações educativas – que começaram nesta semana – na frente das escolas. A ideia é explicar aos condutores como as crianças devem estar colocadas dentro do carro e os riscos que elas correm se ficarem soltas no veículo.

A coordenadora da Unidade de Educação e Mobilização da Urbs, Maura Moro, explica que a ação acontece este ano para que os motoristas sejam preparados e se acostumem com a lei. As blitzes vão até o dia 6 de março e ocorrem duas vezes por dia, nos horários de entrada e saída das escolas. "Antes não era obrigatório o uso das cadeirinhas dentro dos veículos. Com a nova resolução, as crianças até 7,5 anos terão que usar equipamento de segurança próprio para cada idade."

A cadeirinha aumenta em 71% a sobrevida das crianças em relação aos outros ocupantes do veículo. Quando a criança fica solta dentro do carro, a chance dela ser jogada para fora durante um acidente é muito grande. Diferentemente do que muitos pais pensam, segurá-la no colo não a deixa protegida. "O peso da criança é multiplicado pela velocidade do carro durante uma batida. Se ela pesa 10 kg e o veículo está a 50 km/h, o adulto vai precisar segurar 500 kg", explica a coordenadora de projetos da ONG Criança Segura, Ingrid Stamer. No colo, ela acaba funcionando como um airbag para o adulto e na maioria das vezes é esmagada. "Não existe exceção. Elas devem sempre, até os 7,5 anos, ficar em uma cadeira. O responsável não pode ceder nunca."

Regras

Há três tipos de cadeirinhas, adequadas para cada faixa etária (veja infográfico). Para que a criança possa ser presa ao cinto de segurança do próprio veículo, é necessário que tenha a altura mínima de 1,45 metro, que é a média de tamanho em que o cinto de três pontos pega nos lugares certos do corpo sem machucar. Segundo Maura, o cinto pode causar estrangulamento ou ferimentos em crianças menores que isso em caso de batidas ou outros acidentes. Se a criança for muito pequena, deve continuar no banco de trás mesmo que já tenha alcançado a idade permitida para trafegar no banco dianteiro – 10 anos.

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