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Incidentes que reacenderam a disputa

25 de novembro de 2011 - Jhonny de Oliveira Schuvazrsky, de 22 anos, apontado como integrante da "Turma de Baixo" é assassinado. Segundo a polícia, o crime foi cometido pela "Turma de Cima".

3 de dezembro de 2011 - João Doracil Cardoso Júnior, que seria integrante dos chefes da "Turma de Cima", é morto. Crime teria ocorrido para vingar a morte de Jhonny.

21 de dezembro de 2011 - Maycon de Almeida, o "Miroca", apontado como o cabeça da "Turma de Cima", é assassinado. Depois disso, moradores da "Turma de Baixo" recebem aviso que "inocentes" vão pagar.

25 de dezembro - A menina Edvanir Rodrigues, de 25 anos, é atingida por uma bala perdida, quando ia com o pai à casa da avó.

31 de dezembro de 2011 - Guilherme Ramos, de 16 anos, e Adriano Alves Gouveia, de 17 anos, foram baleados. Não há indícios de que eles estariam envolvidos na disputa.

31 de janeiro - Douglas Fermino, de 19 anos, é preso com uma pistola calibre 45. Há suspeitas de que a arma tenha sido usada nos assassinatos de Miroca e João Doracil.

4 de janeiro de 2012 - Riely Aline Ramos, de três anos, é atingida por bala perdida. O primo dela, Wesley Patrick Fernandes, de 18 anos, foi baleado.

4 de janeiro de 2012 - Paulo Sérgio do Santos, o "Bocão" , acusado de comandar a "Turma de Baixo", é preso. Ele é acusado de envolvimento nas mortes de Miroca e de João Doracil.

Um homem de 38 anos, apontado como cabeça de uma das gangues que, segundo a polícia, estão em disputa pelo "controle" do bairro Parolin, em Curitiba, foi preso na noite de quarta-feira (4). Paulo Sérgio do Santos, o "Bocão", foi detido por policiais militares, na Rua Lamenha Lins. O mandado de prisão preventiva dele já havia sido expedido pela Justiça. Ele é acusado de ser o responsável por pelo menos três assassinatos ocorridos na "guerra" entre os grupos. Na mesma rua em que Bocão foi preso, uma menina de três anos e um rapaz de 18 anos foram baleados, na tarde de quarta-feira.

De acordo com o delegado, Bocão seria um dos principais integrantes da chamada "Turma de Baixo". As investigações apontam o envolvimento direto dele nas mortes de Maycon de Almeida, de 22 anos, o "Miroca" (apontado como o cabeça da outra gangue, a "Turma de Cima") e do "segurança" dele, João Doracil Cardoso Júnior, de 24 anos.

"Foi uma prisão importante, porque o Bocão tem participação direta em uma série de eventos, que estão ocorrendo no Parolin, nesta disputa. O que se espera é que esta prisão ajude a acalmar os ânimos no bairro", avaliou o delegado Rubens Recalcatti, chefe da Delegacia de Homicídios (DH).

Disputa de gangues

O confronto entre as turmas "de Cima" e "de Baixo" já dura cerca de dez anos, segundo a polícia, com a renovação de seus integrantes. No ano passado, os grupos permaneceram em relativa trégua, até o assassinato de Jhonny de Oliveira Schuvazrsky, de 22 anos, apontado como integrante da "Turma de Baixo".

Após a morte de Miroca, no entanto, a "Turma de Cima" teria iniciado uma série de vinganças voltada, inclusive, para pessoas que não têm relação com a disputa entre as gangues. Na quarta-feira, Riely Aline Ramos, de três anos, foi atingida por uma bala perdida enquanto brincava em frente à casa da avó. O primo de segundo grau dela, Wesley Patrick Fernandes , de 18 anos, também foi atingido. Riely teve alta na tarde desta quinta-feira (5), e já estava na casa dos pais.

"É bom ressaltar que Bocão não tem a ver com este atentado. Ele socorreu as vítimas e as levou ao hospital", disse Recalcatti, que afirmou ter a identificação de cinco suspeitos de terem cometido o atentado que terminou com a menina baleada.

O delegado ressaltou que a DH também está investigando os integrantes da "Turma de Cima". Recalcatti espera concluir os trabalhos com o indiciamento de mais pessoas e com uma série de prisões. "Temos monitorado esta outra gangue e identificado os envolvidos. Todas essas informações já foram inseridas nos inquéritos e vamos pedir a prisão deles [dos suspeitos]", garantiu.

Além da prisão de Bocão, a "Turma de Baixo" já havia tido outra baixa no fim de semana, quando Douglas Fermino, de 19 anos, foi preso. Ele portava, segundo a polícia, uma pistola de calibre 45 (de uso restrito). Há suspeitas de que a arma tenha sido usada nos assassinatos de Miroca e João Doracil.

Na tarde desta quinta-feira, os moradores da Rua Lamenha Lins evitavam sair da rua e apontaram que supostos integrantes da "Turma de Cima" teriam rondado a localidade em motocicletas, fazendo manobras para intimidar as pessoas. De acordo com Jonas Ramos, pai da menina Rielly, o dia foi de tensão. "Eles [os integrantes da "Turma de Cima"] passam toda hora aqui. A gente não tem mais sossego. Eu acabei de pegar minha filha no hospital e não dá coragem de sair", disse.

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