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O economista Ricardo Barollo, 34 anos, acusado pela polícia de ter sido o mandante do assassinato de Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, e da namorada dele, Renata Waechter Ferreira, 21 anos, por rivalidades na liderança de um grupo de orientação neonazista, responderá em liberdade pela acusação dos dois homicídios qualificados. Barollo foi solto na sexta-feira (3), após ter o pedido de habeas corpus concedido pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná no dia anterior.

Os dois universitários foram mortos no dia 21 de abril, no município de Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, na saída de uma festa em homenagem aos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler. O advogado de Barollo, Adriano Bretas, afirmou que o acusado negou ser o mandante do crime e que o habeas corpus foi concedido porque o seu cliente é réu primário, tem bons antecedentes e possui residência fixa.

Barollo comunicou ao juiz que iria para São Paulo, onde mora, e que estará à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos necessários. Bretas afirmou que o acusado falará sobre o crime somente à Justiça. O advogado disse ainda que seu cliente não negou que conhecia a vítima e alguns dos demais acusados pelo crime, mas ressaltou que não teve nenhum envolvimento no caso.

Os demais acusados de terem participação no crime foram: Rosana Almeida, 22 anos, Jairo Maciel Fischer, 21, Gustavo Wendler, 21, Rodrigo Motta , 19, João Guilherme Correa, 18. Todos permanecem presos.

Acareação O advogado de defesa comentou ainda que entrou com um pedido para que haja uma acareação entre Barollo e os demais acusados pelo crime, que apontaram o economista como o mandante do crime. Bretas disse que não teve acesso aos depoimentos dos outros acusados e que obteve informações sobre a delação pela imprensa. "Eles foram beneficiados com a delação premiada e a defesa não teve acesso ao conteúdo desses depoimentos. Além disso, queremos que o meu cliente tenha o direito de confrontar a versão que eles apresentaram", afirmou. Bretas disse ainda que contestou mais de 20 itens do processo.

Uma das principais argumentações do advogado diz respeito ao fato de que a investigação passou da tutela da autoridade Policial Civil de Quatro Barras para o COPE (Centro de Operações Policiais Especiais) – também da Polícia Civil. Segundo Bretas, a mudança se baseou em uma denúncia anônima e o COPE abandonou outras linhas de investigação, que anteriormente também estavam sendo consideradas.

Já o delegado do COPE, Francisco Caricati, disse que não houve delação premiada e que os cinco acusados apontaram que Barollo foi o mandante do crime. O delegado disse também que existem indícios suficientes para que o economista fosse indiciado, como o contato com os outros acusados antes e depois do crime, além de outras provas que foram anexadas ao processo. "Existem indícios de que Barollo foi o mandante do crime e foi a partir deles que a investigação do COPE se pautou. Agora temos que aguardar o que a Justiça decidirá sobre o caso", afirmou Caricati.

O crime

Segundo as investigações, os dois universitários foram atraídos para uma emboscada por Rosana, que afirmou que estava passando mal e pediu carona para voltar para Curitiba. Correa, Motta e Fischer teriam seguido o casal em um outro veículo. E quando já estavam retornando para a festa, Wendler (que também estava no carro junto com o casal) pediu que parassem no acostamento e Bernardo e Renata foram obrigados a descer do carro. Os dois universitários foram assassinados com tiros na cabeça por Correa e Fischer – que seguiam no veículo de trás. Logo após o crime, os acusados teriam ligado para Barollo, que estava em São Paulo, afirmando que a "missão" havia sido cumprida e pedindo que um advogado fosse contratado, caso a autoria do assassinato fosse descoberta.

Neonazismo

A organização neonazista no Paraná tem o objetivo de criar um novo país, o qual teria uma constituição própria e seria livre da influência semita. Esse novo país seria chamado de "Neuland" (Terra Nova, em alemão) e deveria ser organizado na Europa – apesar de ser voltado aos brasileiros – para que pudesse ser livre da presença de negros, homossexuais e, principalmente, judeus.

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