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CASO CENTRONIC

Acusado se desculpa e confessa crime

Diante dos jurados, Marlon Janke assume a autoria da morte do estudante Bruno Strobel Coelho, mas diz que tiro foi acidental

Janke entre o outro réu Douglas Rodrigues e o advogado Nilton Ribeiro: confissão e pedido de perdão | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Janke entre o outro réu Douglas Rodrigues e o advogado Nilton Ribeiro: confissão e pedido de perdão (Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo)

O vigilante Marlon Balen Janke, 33 anos, principal acusado do assassinato do estudante Bruno Strobel Coelho, pediu desculpas à família do jovem ontem, no primeiro dia de julgamento do crime, que aconteceu em outubro de 2007, em Almirante Tamandaré, na região de Curitiba. Emocionado, perante os jurados, Janke assumiu responsabilidade pelo tiro que tirou a vida do jovem.O pedido de desculpas não convenceu a mãe de Bruno, Eliane Strobel. Ela afirmou que até perdoaria Janke, desde que o depoimento fosse verdadeiro. "Foi falso e combinado com o advogado", desabafa. Adiado por duas vezes, o julgamento teve início ontem pela manhã, no Tribunal do Júri de Curitiba. A sessão será retomada hoje, às 8 horas. Defesa e acusação farão o debate, o que pode levar até 6 horas. Segundo os advogados, a sentença deve sair neste sábado.

Além de Janke – acusado de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, tortura mediante sequestro e formação de quadrilha –, também está sendo julgado Douglas Sampaio Rodrigues, 29 anos, acusado de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Em depoimento, Janke disse ter flagrado Bruno pichando um muro e, depois de discutirem, levou-o para a Centronic – empresa de vigilância onde trabalhava. Depois de outro desentendimento, teria colocado Bruno no porta-malas do carro, buscou o colega Rodrigues e foram até uma chácara de Almirante Tamandaré. Janke conta que o rapaz teria tentado tirar sua arma e acabou disparando acidentalmente um tiro na cabeça dele. O acusado negou ter torturado Bruno e disparado um segundo tiro contra a vítima.

"Eu quero me dirigir à família do Bruno e pedir perdão. Eu reconheço o que fiz e sei que vou pagar por isso", disse Janke. Rodrigues negou participação no homicídio. Além dos dois acusados, outras três pessoas foram ouvidas ontem.

Debate

O advogado de Janke, Nilton Ribeiro, esclareceu que seu cliente não nega a participação no crime. "Vamos demonstrar que essa acusação é um absurdo. Não havia formação de quadrilha. Eles eram trabalhadores honestos. Quere­mos um julgamento justo e a expectativa é que ele não seja condenado por esses crimes conexos", disse. Já a defesa de Rodrigues ne­­gou a sua participação no homicídio. "Deve ser condenado apenas pela ocultação de cadáver", explicou o advogado Cláudio Dalledone Júnior.

O promotor Marcelo Balzer Correia disse acreditar em condenação. "Vamos comprovar a acusação", afirmou pela manhã, no início do julgamento. "Havia uma quadrilha dentro da Centronic que tinha por hábito julgar quem eram as pessoas merecedoras de castigos. Esperamos que a condenação seja acolhida na íntegra", disse o assistente de acusação, Adriano Bretas.

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