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O estudante Wesley Barbosa, de 13 anos, foi baleado dentro de casa durante operação da Polícia Militar (PM) na favela da Rocinha em São Conrado, zona sul do Rio, na manhã desta quarta-feira (17). Ferido de raspão no olho direito, ele foi socorrido no Hospital Miguel Couto, no Leblon, zona sul, e levou cerca de 30 pontos no supercílio. Wesley não corre risco de morte e deve receber alta nesta quinta-feira (18).

Segundo o porteiro Eduardo Barbosa, de 36 anos, o filho havia desistido de ir à aula de fotografia, que cursa na PUC-RJ, em projeto do programa “Criança Esperança”, exatamente para não se expor ao intenso tiroteio que opunha policiais e traficantes na comunidade.

“Wesley estava deitado no sofá, na sala de casa, e minha mulher estava no computador. Ela se levantou e foi fechar a janela, porque o barulho dos tiros estava cada vez mais perto. Ele levantou a cabeça, puxou a mãe e gritou: ‘mãe, cuidado!’. Nesse momento tomou o tiro”, afirmou.

A mãe, Claudionora Barbosa, contou que inicialmente achou que fosse brincadeira do menino.

“Mas quando ele levantou eu vi o ferimento e entrei em desespero. O (Batalhão de) Choque parou a gente no caminho e não quis deixar passar, mas meu marido enfrentou e a gente passou no meio deles. A gente dormiu na Rocinha e acordou na Síria”, comparou a mulher.

A operação foi promovida por vários batalhões da PM para reprimir o tráfico de drogas na Rocinha. Segundo moradores, o tiroteio, ocorrido no início da manhã, foi o mais intenso dos últimos seis meses. Só Wesley teria se ferido. A operação prosseguiu até o fim da tarde, mas não foram registrados outros confrontos. Em balanço parcial, a PM anunciou ter apreendido quatro granadas de fabricação caseira e uma réplica de fuzil.

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