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Durval Ângelo, da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas, com foto de Marildo, desaparecido em 2008 | Renato Cobucci / Jornal Hoje em Dia
Durval Ângelo, da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas, com foto de Marildo, desaparecido em 2008| Foto: Renato Cobucci / Jornal Hoje em Dia
  • Testemunha encapuzada prestou depoimento para os deputados mineiros

Belo Horizonte e São Paulo - O adolescente de 17 anos envolvido no sequestro e morte de Eliza Samudio, de 25 anos, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, confirmou ontem em depoimento que viu a mão da moça sendo jogada para cães, após ela ser morta e ter seu corpo recortado em uma casa em Vespasiano (MG). Ele deixou por volta das 20h20 a Vara da Infância e Juventude de Conta­­gem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi escoltado por policiais, mas estava em um veículo comum.

Ontem, ele chegou ao local às 15h15 e prestou depoimento ao promotor e ao magistrado que atuam na vara. Nos depoimentos, ele confirmou que foi convidado por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo e funcionário de Bruno, para dar um susto em Eliza. Ele disse que não imaginava o rumo que as coisas poderiam tomar e que está arrependido.

O adolescente negou que Bruno tenha ido ao local do crime, mas disse que o goleiro esteve em seu sítio, para onde Eliza foi levada, quando ele ainda estava lá. Ele disse que Dayanne de Souza, mulher de Bruno, também esteve no sítio após a morte de Eliza, quando pegou o filho dela.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas, o adolescente foi entrevistado por uma assistente social, que vai elaborar estudo psicossocial e emitir um laudo técnico sobre sua situação. Foi determinada sua internação por 45 dias, período em que a Justiça deve emitir uma sentença.

Depois de confessar envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, o jovem, que é primo de Bruno, deu versões diferentes para o sequestro dela em depoimentos que prestou à polícia e ao Ministério Público do Rio. À Promotoria, o adolescente contou que Macarrão disse que eles iriam pegar Eliza porque ela "estava dando muita aporrinhação para Bruno por causa do filho que dizia ter com o goleiro".

No primeiro depoimento, ele disse que foi convidado por Macarrão para ir a Minas levar Eliza, e que, no caminho, a agrediu com coronhadas. No segundo depoimento, porém, ele afirmou que, depois das coronhadas, ele e Macarrão levaram Eliza para a casa de Bruno no Recreio dos Bandei­rantes, na zona oeste do Rio, e que ficaram lá por dois dias.

Ainda de acordo com o adolescente, ele, Macarrão, Eliza e o bebê seguiram para o sítio de Bruno em Esmeraldas na segunda-feira, onde a mulher do goleiro, Dayanne de Souza, já estava. Bruno teria chegado ao local no mesmo dia e ficado lá até quarta-feira – ele não diz se o casal estava no sítio quando Eliza foi morta.

Buscas

A Polícia Civil voltou ontem a fazer buscas nos sítios do goleiro Bruno e no que o ex-policial Marcos Apa­recido dos Santos, o Bola, alugava – ambos em Esmeraldas (MG). No imóvel usado por Bola, a polícia vê possibilidade de o corpo de Eliza ter sido destruído.

A Polícia pretende também convocar para prestar depoimento Fernanda Gomes de Castro, de 32 anos, que seria amante de Bruno. Fernanda, conforme revelações do adolescente, estaria com Bruno e teria recebido Eliza e seu bebê em seu condomínio, em 4 de junho, antes da viagem para Esmeraldas.

Veterinário

Na busca por vestígios dos restos mortais de Eliza, a Polícia Civil mineira requisitou os trabalhos do veterinário Fernando Pinto Pinheiro. De acordo com Pinhei­­ro, ainda é possível encontrar unhas e cabelos nas fezes secas dos cães, que foram recolhidas pelos policiais. Pelo menos dez rottweilers foram recolhidos da casa de Bola.

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