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Curitiba

Advogada é suspeita de usar documentos de mortos para aplicar golpes

Ela foi presa em flagrante, tentando tirar uma carteira de identidade com certidão em nome de outra pessoa. Suspeita já havia sido detida duas vezes, acusada de cometer fraudes semelhantes

A advogada Regina Maria de Macedo Coelho, de 58 anos, foi presa em flagrante, na manhã desta terça-feira (1º), enquanto tentava tirar uma carteira de identidade usando uma certidão de nascimento em nome de outra pessoa. Segundo a polícia, ela é suspeita de usar documentos de pessoas que já morreram para aplicar golpes. Regina já havia sido presa duas vezes, acusada de cometer o mesmo tipo de fraude.

A prisão ocorreu por volta das 10h30, dentro do prédio do Instituto de Identificação do Paraná, onde Regina tentava tirar um RG. O policial civil Alan Soares, que a atendia, verificou que as digitais da advogada constavam em carteiras de identidade de outros oito nomes, todos de mulheres. "A certidão que ela usava para tentar tirar o RG era legítima, mas estava em nome de outra mulher que também se chamava Regina Maria", disse Soares.

Há suspeitas de que a certidão de nascimento que a suspeita usava para tentar tirar a nova carteira de identidade seja de uma mulher que já morreu. Segundo a polícia, a advogada rondava cemitérios, onde consultava nomes e datas de nascimento de mulheres que haviam morrido. A partir desta pesquisa, ela iria ao cartório de registro civil onde a pessoa estava registrava e solicitava a emissão da segunda via da certidão de nascimento. Como os documentos lavrados em cartório são públicos, ela conseguia acesso.

A polícia acredita que Regina usava as carteiras de identidade obtidas ilegalmente para aplicar golpes. Segundo informações do 1º Distrito Policial (DP), a polícia vai fazer um levantamento para apurar quantas pessoas e empresas foram lesadas. Dentre os documentos apreendidos com a suspeita, estava a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Além da advogada, uma mulher que a acompanhava também foi presa. Ela foi identificada como Ilda Beleboni Sopelsa, natural do Rio Grande do Sul. Segundo a polícia, esta mulher portava uma procuração que lhe dava plenos poderes para representar Regina. As duas devem responder por estelionato e falsificação de documentos.

A Gazeta do Povo tentou entrar em contato, por telefone, com o advogado de Regina, mas não conseguiu. Por meio de sua assessoria de imprensa, a OAB do Paraná confirmou que Reginaestá inscrita na entidade, mas não soube informar se o registro dela está ativo ou se foi suspenso.

Outros casos

Em setembro de 2006, Regina havia sido presa em uma operação da Polícia Federal (PF), suspeita de cometer o mesmo crime. Na ocasião, outras duas mulheres também foram detidas. Segundo a PF, elas portavam 18 identidades conseguidas de forma semelhantes – a partir de certidões de mulheres mortas. A estimativa é de que o trio tenha gerado prejuízos da ordem de R$ 100 mil.

Em julho do ano passado, a advogada voltou a ser presa pela mesma modalidade de golpes. Segundo a polícia, ela usava, na ocasião, documentos expedidos a partir da certidão de nascimento de uma mulher morta em 1983.

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