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O advogado dos jovens presos sob suspeita de portar e arremessar o rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, 49, na semana passada afirmou hoje que Caio Silva de Souza, 22, um dos seus clientes, foi coagido pela polícia a depor na prisão.

O defensor Jonas Tadeu Nunes disse que vai pedir até a próxima segunda-feira apoio ao Ministério Público do Rio para incluir a suposta ação irregular no processo.

"O Caio manifestou para mim que em momento algum mandou chamar a polícia para depor. Ao contrário, ele estava muito assustado e foi surpreendido com a chegada de pelo menos seis policiais [na cadeia]", disse o advogado.

"Foi coagido psicologicamente a falar na calada da noite, de madrugada", acrescentou. No início da tarde de hoje, o advogado esteve no presídio de Bangu, na zona oeste do Rio, para saber o motivo de Souza ter mudado sua versão inicial e negado ter acendido o rojão que causou a morte do cinegrafista.

O advogado disse ainda que o direito constitucional do silêncio foi violado e que pedirá habeas corpus e a anulação do inquérito nos próximos dias.

"Vou entrar com habeas corpus para imediata soltura e anulação deste depoimento do Caio. Como na primeira noite que ele passa na cadeia, ele é abordado por policiais que dizem que é melhor ele falar para o bem dele. Isso é uma conduta antiética da polícia", afirmou.

Caio Souza está preso desde a noite de quarta-feira (12) no Complexo de Gericinó, em Bangu. Ele teria prestado depoimento a policiais civis da 17ª DP (São Cristóvão), na madrugada de ontem. O delegado Fábio Pacífico teria participado do interrogatório, mas ele não foi localizado pela reportagem para falar do assunto.

Jonas Nunes disse ainda que pretende falar com a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), no Rio, sobre o caso. Em entrevista coletiva ontem, o delegado responsável pela investigação, Maurício Luciano de Almeida, afirmou que o jovem pediu para depor na prisão e que "não havia tempo hábil de avisar o advogado que ele seria ouvido".

Nunes destaca ainda que vai continuar com o caso porque considera que não exista nenhuma contradição entre os seus clientes. "Eles foram bem claros: Caio segurou [o artefato], Fábio acendeu e Caio jogou no chão. Não foi Caio que acendeu. Por isso, os dois respondem pela mesma qualificação", explicou.

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