Após a defesa do ruralista Alessandro Meneghel afirmar que vai provar que o ex-presidente da SRO (Sociedade Rural do Oeste do Paraná) agiu em legítima defesa ao matar o policial federal Alexandre Drummond Barbosa, o advogado Luciano Katarinhuk, contratado como assistente de acusação, disse nesta quinta-feira (19) não restar dúvidas de que o crime foi uma "execução sumária".
Barbosa foi morto na madrugada de sábado (14) com disparos de pistola 380 e espingarda calibre 12 em frente à uma casa noturna de Cascavel, no Oeste, após um suposto desentendimento com o ruralista.
Katarinhuk é um dos principais advogados criminalistas de Cascavel e foi contratado pela família do policial, que mora em Minas Gerais. As despesas relativas aos honorários do advogado serão custeadas pela família com apoio de vários sindicatos, entre eles o que representa os trabalhadores da própria Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, Justiça Federal, Polícia Militar e Departamento Penitenciário Nacional.
De acordo com Márcio Pacheco, presidente do sindicato da PF em Cascavel, a entidade está mobilizada para buscar uma punição exemplar ao agropecuarista. Segundo ele, a contratação de um auxiliar de acusação é para acompanhar todo o processo de investigação e não permitir influências de poderes econômicos, políticos ou sociais. "O poder pode fazer a diferença, por isso entendemos que devemos auxiliar", diz. Críticas
O assistente de acusação não poupou críticas ao advogado Cláudio Dalledone Junior, advogado de Meneghel, que disse estar trabalhando para provar que o ruralista agiu em legítima defesa. "A verdade é que não houve legítima defesa, houve uma execução sumária e covarde com duas armas de grosso calibre", declarou.
Katarinhuk também lembrou que Dalledone abandonou a defesa do goleiro Bruno, acusado de mandar matar a ex-namorada Eliza Samúdio, porque a tese adotada por ele conflitava com a do ex-jogador do Flamengo, que alegava não haver crime. "Quem sabe no futuro breve ele [Dalledone] vai abandonar o caso [Meneghel] porque a legítima defesa não configura, foi uma execução fria e sumária", prevê.
O advogado do ruralista disse, na quarta-feira (18), que já pediu a remoção de seu cliente para um presídio comum. Meneghel está preso na penitenciária de segurança máxima de Catanduvas, considerado pela defesa um "estado de exceção". Para o assistente de acusação, a prisão em Catanduvas é um privilégio ao ruralista. "Estar na penitenciária é até uma regalia, pois está sozinho numa cela", diz Katarinhuk. Segundo ele, se Menghel for transferido para a PIC (Penitenciária Industrial de Cascavel) terá um tratamento até mais rígido, mas que "talvez seja melhor até para refletir sobre que fez".
A defesa de Meneghel também informou que solicitou uma perícia paralela para provar que o policial fez o primeiro disparo. Nesta sexta-feira (20), Dalledone terá uma reunião com peritos do Rio de Janeiro, que vão examinar e melhorar as imagens do crime gravadas pelo sistema de segurança da boate.
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