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Policiais militares do serviço reservado trocaram tiros com dois rapazes no fim da tarde desta segunda-feira (21) às margens da rodovia BR-277, em Guaraniaçu, no Oeste do Paraná.

Um dos mortos é o advogado Cleber Guiomar Pinto, de 24 anos, que morava em Curitiba. O outro foi identificado como Admilson de Lima Damásio, 23, primo do advogado. Apesar de formado, Cleber não atuava na área do Direito.

O serviço reservado da PM realizava investigações sobre uma quadrilha especializada em arrombamentos a caixas eletrônicos nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná quando identificou o número da placa do carro dos suspeitos, um Golf de Cascavel.

De acordo com a PM, no momento da abordagem, os dois rapazes fugiram em alta velocidade pela rodovia, mas, quando depararam com uma carreta em baixa velocidade, encostaram o carro às margens da rodovia e desceram atirando contra os policiais.

Segundo a Polícia Civil de Guaraniaçu, responsável pelas investigações, oito policiais militares, que estavam em duas viaturas descaracterizadas, se envolveram na ação. Conforme a PM, um revólver e uma pistola foram encontrados com os rapazes.

Conforme a investigadora Angela Tessaro, da Polícia Civil de Guaraniaçu, Admilson de Lima tinha várias passagens pela polícia. Na última delas, em 2009, ele chegou a ficar um ano preso por fornecer arma e munição a adolescentes. Cleber não tinha passagens pela polícia, segundo a Polícia Civil.

Contestação

Amigos e familiares do advogado contestam a versão dos policiais. "Ele não era criminoso. A polícia não pode agir dessa maneira tão violenta", diz Luis Gustavo de Lima Alves, que cursou direito com Cleber pela PUC-PR. O colega admite não conhecer o primo de Cleber, mas acredita que eles não tenham reagido contra os policiais.

"Ele morava em Curitiba há muito tempo, estudava na PUC, como ele ia fazer parte de uma quadrilha em Cascavel?", alega Alves. Segundo o amigo, Cleber tinha acabado de passar no exame da OAB e eles planejavam cursar uma Pós-Graduação juntos.

O corpo de Cleber foi encaminhado a Curitiba, onde foi cremado. À noite, familiares e amigos participaram de uma missa em homenagem ao advogado na Paróquia São Paulo Apóstolo, no Uberaba. Segundo Alves, uma passeata em protesto as mortes será organizada nos próximos dias.

Segundo a investigadora Angela Tessaro, já foram realizados todos os procedimento documentais e coletados resíduos das mãos dos suspeitos para analisar se eles realmente atiraram contra os PMs.

Os veículos também foram apreendidos e devem ser analisados pela perícia. Os corpos já passaram pela necropsia realizada no Instituto Médico Legal (IML) de Cascavel. Os policiais envolvidos na ação ainda serão ouvidos pela Polícia.

Represália

A Polícia Militar suspeita que uma tentativa de incendiar um ônibus do transporte coletivo na madrugada desta terça-feira (22) em Cascavel, no Oeste, tenha relação as mortes em Guaraniaçu.

O motorista do coletivo que fazia a linha entre os terminais Leste/Sul parou para pegar um passageiro no bairro Cascavel Velho quando foi surpreendido por um rapaz que estava armado. Ele ordenou que os três passageiros que estavam no ônibus descessem.

Ao mesmo tempo em que os passageiros desceram, outros três bandidos encapuzados entraram no ônibus e começaram a espalhar gasolina no veículo, inclusive sobre o corpo do motorista. Eles chegaram a atear fogo no ônibus, mas as chamas não se alastraram.

A polícia suspeita que a ação criminosa seja em represália contra as mortes dos rapazes. Policiais militares escoltaram o ônibus até a garagem da empresa.

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