Campo Grande Depois de 12 horas de interrogatório, não ficou estabelecida qualquer ligação entre o ex-deputado estadual Nílton Cézar Servo (PR), acusado de ser o chefe da máfia dos caça-níqueis, e o irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, mais conhecido como Vavá, que caracterizasse crime. A observação é do advogado de Servo, Marco Rasslan, esclarecendo que não houve menção a propina paga pelo cliente a Vavá, "nos mais de 80 quesitos que respondeu".
Em Berlim, o presidente Lula se recusou ontem a falar sobre os resultados da Operação Xeque-Mate. Em entrevista coletiva realizada no Hotel Adlon, a um quarteirão do portão de Brandenburgo, Lula disse que só falará do assunto quando voltar ao país.
O advogado Marco Rasslan lamentou que tudo o que soube até agora envolvendo a Operação Xeque-Mate, não considerando o depoimento de Servo, "foi através da imprensa". Ele evitou comentar informações passadas por um delegado da Policia Federal (PF), afirmando que, numa das gravações telefônicas, Servo reclama para um terceiro que Vavá pediria "além do combinado".
"Estou de mãos atadas. Como os meus colegas. Não tenho os autos e isso só conseguiremos na sexta-feira (hoje)." A mesma reclamação é do advogado Mílton Fernando Talzi, que defende o compadre de Lula Dario Morelli Filho. "Acho um absurdo a Polícia Federal passar informações para jornalistas, sobre assunto com sigilo de Justiça", lamentou, afirmando: "Isso não é justo".
Talzi disse que na quarta-feira, por exemplo, viu policiais federais conversando com jornalistas em diversas ocasiões. "Ora, eu vi isso. O que conversaram, não sei, só sei que hoje (ontem), por exemplo, saem os jornais com informações que eu desconhecia. Os jornalistas estão certos, na missão deles, mas e o policial federal, está correto?" Ele afirmou que, até onde tem certeza, Morelli Filho foi preso apenas por suspeita de ser sócio num bingo junto com Servo, em Ilhabela, litoral norte de São Paulo.



