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Agências do trabalhador podem parar

Sem salários, servidores que prestam serviços em 245 unidades do estado ameaçam cruzar os braços

Os 200 funcionários terceirizados que prestam serviços nas agências do trabalhador do Paraná – 180 deles lotados em Curitiba – podem cruzar os braços a partir da próxima semana. Eles não receberam os salários do mês de outubro e o pagamento depende da entrega de uma ordem judicial à Secretaria de Estado do Emprego, Trabalho e Promoção Social.

O caso foi parar na Justiça depois que a Secretaria rescindiu, no dia 31 de outubro, o contrato com a empresa Orbral, responsável pelo serviço terceirizado desde 2006. O diretor-geral da Secretaria, Fernando Vanuchi Peppes, informou que o motivo para a quebra de contrato foi o atraso no pagamento de salário de 30 funcionários no mês de setembro.

"Estávamos vendo que a empresa estava com dificuldade em honrar os compromissos e, para evitar maiores transtornos para os funcionários e para a população, resolvemos rescindir o contrato", explica. Outra firma já foi contratada, em regime emergencial. Ela vai gerenciar os 200 funcionários pelos próximos 90 dias e ficará responsável pelos pagamentos. "Depois disso, será aberto um novo processo de contratação", completou Peppes.

Apesar da rapidez na contratação, a Secretaria só vai fazer o depósito dos salários – cerca de R$ 370 mil – após o recebimento da ordem da Justiça. A ordem já existiria, conforme o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros (Sineepres), Paulo Rossi. "Entramos com uma ação na 6.ª Vara do Trabalho em Curitiba, e, na segunda-feira, ganhamos uma liminar que bloqueia o pagamento da Secretaria à Orbral e determina o pagamento em juízo", disse Rossi. É este documento que a Secretaria aguarda para autorizar o pagamento.

Rossi cogita uma greve se o pagamento não for feito até o fim desta semana. "Amanhã (8) é o quinto dia útil do mês, limite para receber o salário. Se não for pago, os funcionários vão se reunir na sexta-feira (9) e não está descartada uma paralisação total das atividades", disse. A greve pode prejudicar o atendimento em 245 agências do trabalhador. "Além disso, vamos continuar com ação contra a Secretaria do Trabalho para cobrir as demais demandas como rescisão de contrato, vale-transporte, vale-refeição e fundo de garantia", completou.

Os responsáveis pela empresa Orbral, que tem matriz no município de Caucaia, no Ceará, foram procurados para comentar o caso, mas ninguém atendeu a chamada feita a dois números fixos. Na sede da empresa em São Paulo ninguém atendeu ao telefone. Uma funcionária da Orbral em Curitiba, que pediu para não ter o nome divulgado, diz que outros contratos da empresa na capital podem ser rescindidos. "A Orbral tem contrato firmado com a Caixa Econômica Federal (CEF), Ministério da Fazenda, Agência Nacional de Saúde (ANS) e com a Procuradoria-Geral da União (PGU). Este último pode ser rescindindo ainda nesta semana", revelou.

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