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Agências sem segurança facilitam ação de ladrões

Sacar dinheiro no caixa eletrônico se tornou uma tarefa arriscada

 | Sossella
(Foto: Sossella)

Desde a invenção do caixa eletrônico, há exatos 40 anos, sacar dinheiro no banco tornou-se uma tarefa simples, ágil e cômoda – mas também arriscada. No rastro da inovação surgiram novas modalidades de crime, como o seqüestro relâmpago, a clonagem de cartões e o assalto pós-saque, cada vez mais comum, com a presença de ladrões à paisana nas agências, sempre atentos à retirada de grandes quantias.

Segundo especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, a ação dos bandidos em agências de Curitiba e região metropolitana é facilitada pela falta de segurança nas áreas que abrigam os caixas. "Os bancos deveriam oferecer mais segurança aos clientes. Hoje eles oferecem uma segurança razoável", afirma o delegado Rubens Recalcatti, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba. A falta de segurança nos caixas preocupa particularmente nesta época do ano, quando cresce o movimento nas agências em razão das compras de fim de ano e do pagamento do 13.° salário.

O delegado da Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp) da Polícia Federal, Marco Antônio Ribeiro Coura, explica que a Lei Federal 7.102/83 exige pelo menos três itens de segurança aos bancos – dois obrigatórios e um opcional. Os obrigatórios são a existência de sistema de alarme e a presença de vigilante. O item opcional pode ser porta giratória com detector de metais, cabine blindada, sistema de filmagem ou cofre com fechadura de retardo.

Segundo Coura, os bancos estão cada vez mais preocupados com a segurança. "A maioria das agências tem preocupação de incrementar os itens opcionais", afirma. Todos os bancos são obrigados a submeter os planos de segurança de suas agências à Polícia Federal (PF), que os revisa anualmente. Por ano, 1.727 agências têm de ser vistoriadas no Paraná. Se o plano não estiver de acordo, a agência não tem seu funcionamento autorizado, segundo a PF.

Mudança

A presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Marisa Stédile, acredita que os usuários que utilizam caixas eletrônicos na maioria dos casos não estão seguros. O principal motivo seria que os vigilantes não podem ficar nas salas de auto-atendimento, que não têm porta de segurança. Segundo ela, em muitos bancos a porta de segurança fica depois da área dos caixas e não na entrada da agência.

"A lei federal deixa margem porque é muito antiga", afirma Marisa. Em julho deste ano, um movimento nacional dos bancários foi até Brasília para pedir ao Ministério da Justiça obrigatoriedade de portas de segurança na entrada das agências, ampliação na lei do número de vigilantes, sistema de vídeo, dentre outros. O decreto da Lei Federal 7.102/83 já foi atualizado em 1995 e 2006, segundo a a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região defende a presença dos vigilantes atrás da porta de segurança. Segundo o secretário de imprensa e comunicação do sindicato, Ademir Pincheski, deveriam haver mais vigilantes nas agências. O sindicato fez um levantamento mostrando que 51 agências em Curitiba e região metropolitana têm apenas um segurança – na listagem estão incluídas empresas com dois andares. "Depois do expediente normal, são poucas as agências que têm vigilante", afirma. "Acredito que deveria ter agentes pelo menos até o caixa automático estar funcionando porque os usuários vão utilizar o serviço."

O Banco do Brasil, onde o acesso aos caixas eletrônicos é feito sem a necessidade de o usuário passar por portas giratórias, defende que a instituição segue a legislação. De acordo com a assessoria de imprensa do banco, na maioria das agências não é costume ter vigilante depois do horário de fechamento porque colocaria o profissional em risco.

A Febraban aponta que os bancos investem permanentemente na segurança e que o investimento dobrou para R$ 6 bilhões, em 2006, em relação a 2003. Pelas normas em vigor, todas as 17,5 mil agências bancárias devem dispor de vigilantes, alarmes e equipamentos eletrônicos. A Federação completa que a partir deste ano, segundo a Portaria 387/2006, coletes à prova de bala e detectores manuais passarão a integrar os itens de segurança.

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