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Segurança

Agentes dormem na frente do Palácio Iguaçu

Funcionários de penitenciárias montaram barracas na Praça Nossa Senhora de Salete. Categoria exige reajuste de 23,37% no adicional de risco

Acampados no Centro Cívico, agentes penitenciários não descartam greve geral | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Acampados no Centro Cívico, agentes penitenciários não descartam greve geral (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Um grupo de agentes penitenciários está acampado em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná, desde a manhã de ontem, em Curitiba. Eles pressionam por uma audiência com o governador Beto Richa e não pretendem deixar o local tão cedo. Uma reunião ocorreu entre o secretário da Ca­sa Civil, Rein­hold Stephanes, e mais 200 servidores, mas não resultou em progresso nas negociações.

"Pretendemos ficar acampados até a próxima segunda-feira, quando acontecerá a assembleia da categoria no próprio acampamento. Não descartamos a possibilidade de greve geral", alerta o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), José Roberto Neves.

Uma das exigências é a correção de 23,37% sobre o adicional de risco do agente penitenciário, o que, segundo a Casa Civil, não tem como acontecer tão cedo por causa do limite prudencial de gastos do governo, já excedido. "Nós questionamos a justificativa e contamos com o Dieese para avaliar a planilha de custos governamentais e verificar se isso é válido", conta Neves. "O próprio Stephanes nos disse que nossa reivindicação tem pouco impacto nas contas do estado", completa.

Ainda segundo o presidente, uma reunião com o governador foi protocolada e é esperada pela categoria. "Queremos contar como anda o sistema prisional, o que consideramos fundamental", explica.

Os servidores esperam que o aumento do adicional de risco seja aceito para negociarem as demais exigências com a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju). Entre os pedidos, estão o aumento de investimentos no sistema penitenciário, a realização de um concurso público para a contratação de mais 1,5 mil agentes penitenciários e a implementação do porte de arma para os profissionais da categoria.

Reflexos

O vice-presidente do sindicato relata que, por seguir à risca o manual, serviços nos presídios ficarão prejudicados. "Os procedimentos serão diminuídos para manter a segurança de todos. A escola dos presos e o contato com os advogados que forem atendê-los serão prejudicados," alertou.

O dirigente diz que o estado atualmente tem 3 mil agentes. Segundo ele, seriam necessário pelo menos 4,5 mil para dar conta das demandas nas unidades carcerárias.

A assessoria de imprensa da Casa Civil reforçou que o limite do teto prudencial foi realmente excedido, mas que a exigência do Sindarspen é considerada prioridade número um do governo. A previsão inicial é de que haverá condições para atender à reivindicação da categoria no fim de setembro e que, de qualquer modo, a porta está aberta para conversar com Stephanes novamente.

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