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LEI MARIA DA PENHA

Ajuda eletrônica contra a violência

O chamado “botão do pânico” será testado em Londrina e promete trazer mais segurança às mulheres vítimas de violência doméstica

Medidas protetivas nem sempre são sinônimo de segurança para vítimas de violência doméstica. Em Londrina, uma mulher de 31 anos que contava com o benefício foi atacada pelo ex-marido na rua, a golpes de canivete, após deixar a delegacia. Ela tinha denunciado à polícia uma aproximação do homem, mesmo com a proibição judicial de contato. Riscos que casos como esse representam fizeram com que uma parceria entre a prefeitura, o Tribunal de Justiça e o Instituto Nacional de Tecnologia Preventiva (INTP) fosse firmada para a implantação do "botão do pânico" no município. Londrina será a primeira cidade do estado a adotar o dispositivo, criado para fiscalizar o cumprimento das medidas preventivas.

Parecido com um celular, o "botão do pânico" transmite dados a uma central de monitoramento cada vez que é acionado pela vítima numa situação de perigo. As informações, enviadas através de um sensor de GPS, permitem a localização geográfica da mulher e do agressor. O objetivo é facilitar o envio de uma equipe policial ao local. Ao mesmo tempo, um microfone também é acionado, gravando sons externos num raio de 5 metros. O material pode ser usado posteriormente como prova da desobediência do agressor em processos de instrução judicial.

Somente em Londrina, cerca de 5 mil ações envolvendo violência doméstica e familiar estão em andamento na 6ª Vara Criminal, mais conhecida como Vara Maria da Penha. "Em 90% dos casos, os agressores respeitam a medida, mas sempre há aqueles que desobedecem e tentam se reaproximar. Até que as vítimas possam chamar a polícia, elas correm muito risco", observa a juíza responsável pela área, Zilda Romeiro.

Seleção

A magistrada avalia que, nessas condições, o "botão do pânico" ajudará a dar proteção efetiva às vítimas. A proposta, inclusive, pode evitar que elas tenham que se deslocar com os filhos para abrigos, deixando trabalho e escola. Em um primeiro momento, 50 mulheres devem receber o dispositivo. Aos poucos, a inicitiva deve ser ampliada.

Segundo a Secretaria Mu­nicipal de Políticas para as Mulheres, a previsão é de que o equipamento entre em funcionamento em março. O custo mensal do convênio com o INTP deve ser de aproximadamente R$ 7 mil. Além dos equipamentos, o instituto deve oferecer treinamento e suporte à iniciativa em Londrina.

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