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SAÚDE

Alergia causada por pólen chega mais cedo neste ano

Pessoas que tem rinite alérgica sofrem com a florescência dos ipês. Tratamento com vacinas demora um ano para ter efeito

Apesar de embelezar a paisagem, os ipês floridos incomodam quem sofre com problemas respiratórios | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Apesar de embelezar a paisagem, os ipês floridos incomodam quem sofre com problemas respiratórios (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Quem sofre de alergias sabe que toda primavera é o mesmo incômodo. Os mais de 30 mil ipês em Curitiba deixam narizes, gargantas e olhos irritados. Neste ano, ainda há o agravante do tempo seco, que fez as árvores florescerem mais cedo nesse ano. A baixa umidade do ar e os dias sem chuva fazem com que os sintomas de rinite e asma sejam sentidos com mais intensidade. E, para dificultar ainda mais a situação, especialistas alertam que a única forma de acabar com a alergia ao pólen são tratamentos imunoterápicos com vacinas que devem ser feitos um ano antes da primavera.A médica Cinara Sorice, especialista em alergias do Hospital Pequeno Príncipe e presidente da Associação Brasileira de Alergia, regional Paraná, explica que o nariz é um filtro, umidifica o ar e é uma defesa natural para evitar bactérias, partículas e vírus. "Com o tempo seco, a defesa natural do nariz diminui, mesmo para quem não tem rinite e asma. A diferença é que o alérgico tem a mucosa já inflamada".

A alergia ao pólen é chamada de polinose. Isso ocorre porque o corpo cria anticorpos contra o lolium multiflorum, um tipo de pólen muito comum nos ipês. É preciso algumas primaveras para que seja criada uma defesa natural, por isso é comum que pessoas que mudam para Curitiba comecem a sentir o desconforto nessa época apenas depois de alguns anos. É também por esse motivo que a polinose é mais comum em adolescentes do que em crianças.

O otorrinolaringologista e professor da Universidade Positivo Vinicius Fonseca afirma que a imunoterapia prévia tem até 70% de chances de sucesso. Ele alerta, entretanto, que é preciso fazer exames para verificar quais são os reais agentes causadores da rinite.

Os sintomas mais comuns são inflamação nos olhos, com muita coceira e conjuntivite, e garganta. Além disso, há coriza e espirros. Quem não faz imunoterapia deve privilegiar o ar-condicionado com filtro, abrir as janelas somente no final de tarde e evitar andar na rua no horário do almoço. Cinara sugere que as mulheres lavem o cabelo antes de dormir para não levar pólen ao travesseiro.

Professor do curso de Medi­­cina da Pontifícia Univer­­sidade Católica do Paraná (PUC­­PR) e chefe do serviço de Pneumo­­logia do Hospital do Cajuru, Pau­­lo Roberto Miranda Sandoval, ar­­­gu­­­­­menta que o ser humano foi feito para viver sob determinados limites de temperatura e umidade do ar. Por isso, qualquer alteração nesses dois fatores já pode ser sentida. Além das "alergias de primavera", outras estações do ano também trazem consequências específicas. No caso do inverno, por exemplo, o frio e a baixa umidade causam resfriados, faringites, sinusites e outras doenças infecciosas.

Rinite x Asma

A rinite e a asma são doenças com desencadeantes iguais. São alergias inflamatórias, sendo que a rinite ataca o nariz e a asma o pulmão. São causadas por fatores genéticos. Pais com uma das duas doenças têm até 70% de chances de passá-las aos filhos. En­­quanto a rinite tranca o nariz, a asma causa falta de ar, tosse e limita atividades.

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