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sem parar

Alucinação ao volante

A cocaína, tanto em pó quanto em pedra (crack) representa perigo maior quando usada por motoristas. "Provoca um efeito de euforia e o condutor acredita que dirige melhor. A pessoa sob efeito de cocaína está mais propensa a assumir comportamentos de risco, o que pode levar a envolvimento maior em acidentes", diz a diretora do Departamento de Álcool e Drogas da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Vilma Leyton. O consumo de cocaína entre caminhoneiros é ainda mais grave porque eles passam a maior parte do tempo na estrada e dirigem veículos de grande porte.

"O motorista tem maior sensibilidade à luz, em virtude das pupilas dilatadas. A visão fica borrada e ocorrem alterações na visão periférica. Também podem ocorrer sintomas psicológicos, entre eles paranóia e alucinações, como sentir odores e ouvir sons que não existem", diz. "Quando o efeito termina, o usuário fica sonolento e cansado, podendo dormir ao volante", explica Vilma. Profes­sora de Medicina Legal da USP, foi ela quem coordenou o estudo que revelou a presença de cocaína e anfetaminas na urina de caminhoneiros que trafegam por São Paulo.

Essas drogas atuam no sistema nervoso central, alteram a percepção, reduzem a atenção e os reflexos. Fazem com que o cérebro trabalhe mais depressa e cause a impressão de diminuição da fadiga e de aumento da capacidade física e mental. Para quem considera o rebite um mal menor (os mais usados são os inibidores de apetite Dualid e Desobesi), médicos avisam que ele induz o organismo a fazer mais esforço do que pode, levando a pessoa ao sono súbito à medida que diminui a quantidade de anfetamina no sangue. O cansaço e o sono reaparecem de forma mais acentuada.

Metade dos efeitos colaterais já seria motivo suficiente para evitar tanto a cocaína quanto o rebite: tremor, irritabilidade, vertigem, agitação, nervosismo, ansiedade, confusão, fraqueza, dor de cabeça, arritmia cardíaca, angina, hipertensão, hipotensão, calafrios, boca seca, gosto estranho na boca, náusea, diarreia, vômito, delírios e crises convulsivas, além do risco de dependência psíquica. Quando usados antes de pegar a estrada, os efeitos colaterais estão associados a acidentes e mortes.

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