O conhecimento da língua portuguesa levou a estudante Thafne Toledo, 12 anos, aluna da 5.ª série do Colégio Militar de Curitiba, a conquistar o direito de disputar um prêmio de R$ 100 mil. Ela é a vencedora da etapa regional do concurso Soletrando, do programa Caldeirão do Huck, exibido aos sábados pela Rede Paranaense de Comunicação (RPCTV), e representará o Paraná na final do concurso. Se ganhar, poderá usar o prêmio para custear o restante dos estudos.
Thafne eliminou outros 86 estudantes de 12 a 16 anos e desafiou a memória ao soletrar palavras consideradas fáceis, normais, difíceis e superdifíceis. A última etapa, com dois finalistas, foi disputada ontem e teve três rodadas. A palavra "xaxado" deu a vitória à jovem. "Sempre gostei muito de leitura e desde o começo do ano passei a ler o dicionário. Via o significado e escrevia as palavras mais difíceis. Li o dicionário inteiro", conta a estudante.
O orgulho incentivou o pai a reconhecer o esforço da filha. "Ela é muito boa aluna e conquistou esta vitória por iniciativa própria. Acho que esta competição incentiva a leitura e o conhecimento da língua portuguesa. Não é um concurso simplesmente", diz Aldo de Castro.
Enquanto Thafne e a família comemoravam, Giovanni Santos do Amaral, 12 anos, aluno da 7.ª série, não conseguia conter a tristeza por não ter passado para a etapa nacional. Ele ficou em segundo lugar. "Ele é um aluno brilhante e avançou uma série por estar adiantado. Pegou palavras difíceis como soçobrar e acertou. Deve ter ficado nervoso", diz a professora Evangeline Sabino.
A mãe conta que o filho adora ler e sempre tenta compreender o significado das palavras. "Estou orgulhosa por ele ter chegado até aqui e no ano que vem ele vai participar de novo", diz Maria Teresa Coccia.
No auditório, pais, mães e professores ficaram atentos a cada conquista. "Valeu a pena participar, porque melhorei o meu aprendizado. Só consegui uma vaga, pela minha força de vontade", diz Ruan Carlos Santos Manfileti, 13 anos, estudante da 7.ª série e morador de Paranaguá.
Marta Morais da Costa, professora de língua portuguesa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e participante de comissão julgadora, avalia que os estudantes ainda apresentam dificuldade de ortografia. "De forma geral, o nível é bom, mas eles apresentaram erros primários, como não saber a diferença entre alto e auto e entre mal e mau."



