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Nem todos os estudantes se deixam abater pelas diferentes formas de pressão que surgem com o vestibular. Pinçados entre as turmas do terceiro ano do ensino médio do Colégio Estadual do Paraná (CEP), quatro alunos entrevistados pela Gazeta do Povo parecem administrar bem a tensão. Eles inclusive demonstraram mais tranqüilidade que os alunos ouvidos em cursinhos particulares.

Antes uma ressalva: dois dos alunos ouvidos, Hernani José Martins Júnior, de 19 anos, e Talita Cristine Rugeri, 17 anos, também são bolsistas do curso pré-vestibular Positivo e se inscreveram nas cotas sociais. Já Harri Albuquerque Queluz, 18 anos, e Iara Carolina Pereira Umbelino, da mesma idade, vão enfrentar o concurso na cara e na coragem, sem cursinho e sem optar pelas cotas.

Talita, que vai tentar uma vaga em Ciências Sociais na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e quer ser pesquisadora, acredita ter boas chances de passar pela preparação que tem tido – tanto no colégio como no cursinho. E menciona também o apoio dos pais como fator tranqüilizador. "Eles não interferiram na minha escolha e gostaram da minha opção", comentou.

Martins Júnior vai prestar o vestibular para Engenharia Mecânica na UFPR e Mecatrônica no Cefet. Para ele, o teste classificatório para entrar no CEP já ajudou a ter uma noção do clima do vestibular. "No ano passado a concorrência em Engenharia Mecânica era de 13 candidatos por vaga. Para o teste do CEP era quatro por um", observou. Ele também destacou a qualidade do ensino oferecido pelo colégio em algumas áreas. "A preparação é forte em matemática, história, português. Já em geografia é mais fraca", apontou.

Queluz, candidato a uma vaga em Artes Visuais na Faculdade de Artes do Paraná (FAP), em Educação Artística na UFPR e em Escultura na Escola de Música e Belas Artes (Embap), diz que até começou a fazer cursinho, mas desistiu. "Ele não preparava para artes. Agora estou fazendo um curso preparatório para as prévias de desenho, que tem História da Arte", justificou. Mesmo assim, ele acredita que vai concorrer de igual para igual com os alunos dos cursinhos privados. "Eu tenho a mesma chance de passar que eles", avalia.

Teoricamente, Iara, que se inscreveu em Psicologia, vai enfrentar a maior pedreira. Filha de alfaiate, ela não pôde se inscrever nas cotas sociais por ter estudado seis meses numa escola particular. E também perdeu o prazo para a seleção de bolsistas que os cursinhos particulares costumam fazer no Colégio Estadual. "Eu estudo em casa, costumo ir bem nas ciências humanas", contou.

Embora reconheça que possa estar em desvantagem em determinados aspectos, ela não se assusta com a concorrência e nem se intimida com a pirotecnia dos cursinhos. "A capacidade é a mesma, eles podem ter as fórmulas decoradas, saber os macetes, mas eu vou bem em humanas e posso gabaritar em português. O que tiver de ser, será", resigna-se.

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