
Os alunos do Colégio Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba, realizaram um novo protesto na manhã desta quinta-feira (8) na instituição, apesar do anúncio de suspensão das aulas. Eles reivindicam poder de voto, assim como para professores e funcionários, na escolha do novo diretor, que é indicado diretamente pelo governador do estado.
Na tarde de quarta-feira (7), os estudantes fizeram uma manifestação que resultou na apreesão de dois alunos pela Polícia Militar. Um deles afirmou para a reportagem do ParanáTV nesta quinta-feira que foi agredido. "Bateram na minha cara, me chutaram", disse Arthur.
A polícia contou que enquanto centenas de estudantes faziam o protesto do lado de dentro do colégio um aluno e um rapaz vestido com o uniforme do colégio acionaram um extintor de incêndio. Eles teriam sido contidos por funcionários da escola, que chamaram a patrulha escolar. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) afirmou que a patrulha escolar agiu de acordo com a lei e que não houve agressão contra o estudante.
Os alunos foram algemados e colocados na viatura da polícia, o que provocou revolta de alunos e professores que cercaram o carro da PM. Os alunos apreendidos passaram a tarde na Delegacia do Adolescente e foram liberados no mesmo dia.
Denúncias
A diretora do colégio, Maria Madselva Feijes, que assumiu a função no início deste ano, já vinha enfrentando problemas de relacionamento com funcionários e professores do colégio. Um grupo descontente chegou a formular um documento com 25 questionamentos contra a atuação de Maria Feijes. Eles afirmam que a diretora é autoritária e questionam algumas atitudes pontuais da gestora.
O documento foi encaminhado à Secretaria de Educação. No início da tarde desta quinta-feira (8), o secretário Maurício Requião divulgou uma nota (leia na íntegra) sobre o caso. No documento, Maurício diz que já determinou a abertura de procedimento administrativo para a apuração das críticas feitas à direção do colégio.
Na nota, o secretário, critica a interrupção das aulas. "A Secretaria de Estado da Educação (SEED) considera que, quando todos os canais institucionais de comunicação e diálogo estão assegurados, a interrupção das aulas constitui conduta inaceitável". No fim do documento, a secretaria diz "reafirmar seu apoio e confiança na Direção do CEP".
Enquanto a secretaria diz apurar os fatos, a diretora permanece no cargo, pois não teriam sido comprovadas as denúncias feitas por alunos e professores.



