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Febre amarela

Animais estão ameaçados de extinção no estado

De acordo com a pesquisadora Thaïs Condenotti, coordenadora do grupo de primatas da Associação para Conservação da Vida Silvestre, bandos de macacos que eram monitorados nas cidades de Fortaleza dos Valos e Tupanciretã, entre outras, já desapareceram. "Esses animais sumiram completamente. Estamos vendo mais uma espécie desaparecer sob os nossos olhos no Rio Grande do Sul, vitimadas pela febre amarela e também pela população", diz Thaïs.

No Rio Grande do Sul, tanto o bugio ruivo, típico da faixa leste do estado, quanto o bugio preto, mais comum na região oeste, estão ameaçados de extinção. Animais da mesma espécie ainda são vistos em abundância em outros estados, como os do Centro-Oeste e em São Paulo, mas os pesquisadores descartam a possibilidade de se recolonizar a área. "Os animais têm adaptações locais próprias: comem folhas típicas da área, têm doenças e parasitas típicos em cada região. Não se pode pegar um macaco de São Paulo e trazê-lo para cá ou vice-versa. É uma hipótese fora de cogitação", explica o professor Júlio César Bicca-Marques, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

O analista ambiental Marcos Fialho, do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros (CPB), órgão ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, explica ainda que, em todo o planalto gaúcho, no centro do estado, os bugios já não existem mais. "Os relatos históricos mostram que esses animais sumiram exatamente durante um outro surto de febre amarela, entre as décadas de 40 e 50", afirma.

Para tentar conter a matança, os órgãos que participam da campanha foram divididos em três frentes. Uma delas é a fiscalização. A Polícia Ambiental será acionada para fiscalizar com mais rigor e punir quem for pego maltratando ou matando animais silvestres. Na segunda frente, pesquisadores tentarão avaliar o impacto da morte desses 1,4 mil animais na população. A terceira parte é a campanha de conscientização propriamente dita, que está sendo feita especialmente pela internet e também por meio de folders e cartazes, distribuídos pelas secretarias estadual e municipal de saúde.

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