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Urbanismo

Animais são retirados de lago do Passeio

Parque mais antigo da cidade passa por obras de revitalização, que vão custar cerca de R$ 1 milhão

Limpeza nos lagos do Passeio Público já começou. Será instalado um sistema de filtros para melhorar a oxigenação da água. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Limpeza nos lagos do Passeio Público já começou. Será instalado um sistema de filtros para melhorar a oxigenação da água. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

O parque mais antigo de Curitiba está passando por uma intervenção jamais vista em sua história, que teve início nesta semana. Pela primeira vez, o Passeio Público terá seus três lagos esvaziados desde que suas águas foram desligadas do Rio Belém, quando houve a canalização, na década de 70. Serão feitas a reforma no sistema de circulação das águas e a implantação de um sistema de filtros. Os trabalhos fazem parte de obras de revitalização que estão sendo feitas no local e custam cerca de R$ 1 milhão.

O que mais chama a atenção é todo o trabalho que está sendo feito pelos biólogos da prefeitura para preservar os animais que ali vivem. O esvaziamento dos lagos está sendo feito em etapas, bem como a retirada de peixes, cágados e tartarugas. Segundo a bióloga Tereza Cristina Margarido, alguns peixes estão sendo transferidos para lagos de outros parques da cidade. Já as tartarugas estão sendo identificadas com microchip subcutâneo (colocado abaixo da pele). Também é a primeira vez que será feito um levantamento sobre essas tartarugas. "A expectativa é de encontrarmos algumas espécies ameaçadas em extinção", diz. Além das nativas, como cágados do pescoço de cobra e cágado feio, diversos quelônios (tigres da água) estão sendo encontrados no local. "Muitas pessoas compravam essas tartaruguinhas vendidas em lojas e depois jogavam no lago", afirma a bióloga.

Para o esvaziamento dos lagos também foi necessário um trabalho de pesquisa para evitar que macacos, que vivem em quatro ilhas próximas aos lagos, fugissem durante os trabalhos. Para transportar de maneira pouco traumática os macacos até as áreas de manejo das ilhas, que são cercadas, a bióloga fez um trabalho de aproximação com mamíferos desde setembro. "Passava algumas horas por dia e conseguimos atraí-los sem necessidade de anestesia", diz. Nas ilhas do Passeio Público vivem sagüis, macaco-aranha (endêmico da Amazônia) e muriti – os dois últimos estão ameaçados de extinção.

De acordo com o diretor de parques e praças da prefeitura, Sérgio Tocchio, o sistema de filtros a ser implantado nos lagos do Passeio Público será semelhante aos existentes em piscinas. "A intenção é melhorar a oxigenação para dar uma qualidade de água melhor aos peixes e animais que vivem no lago", diz. Pequenas reformas em outras áreas do Passeio Público também serão feitas. O trabalho todo deve ser concluído em 60 dias.

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