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“Decisão lamentável”

Após proibição da arquidiocese, Erika Hilton informa ter notificado Vaticano em defesa de Padre Júlio

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). (Foto: Lula Marques / Agência Brasil)

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A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) manifestou, nesta terça-feira (16), solidariedade aos fiéis da paróquia em que o padre Júlio Lancellotti celebra suas missas e disse que recorrerá ao arcebispo de São Paulo e à embaixada do Vaticano contra a decisão que impediu a transmissão das cerimônias. Erika chamou a medida de “lamentável” por não considerar a “acessibilidade” de fiéis com dificuldade de locomoção.

“Estou oficiando a Embaixada do Vaticano, assim como o próprio Arcebispo Dom Odilo Scherer, pedindo para que a suspensão das transmissões das missas seja reconsiderada. A acessibilidade é importante e, assim como a expressão da fé e a participação em uma comunidade religiosa, ela é um direito”, escreveu a parlamentar em sua conta no X.

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Ela prosseguiu afirmando que, “como alguém que teve criação cristã”, entende a importância da “comunhão espiritual”, da “orientação” e do “acolhimento”. “Tenho a certeza de que não é do interesse da Igreja Católica que fiéis sejam alienados do direito à própria religiosidade”, concluiu.

Também nesta terça-feira, o padre Júlio Lancellotti informou, por meio de nota, que foram interrompidas as transmissões de suas missas realizadas na zona leste de São Paulo. Pelo mesmo comunicado, o religioso declarou que não faria mais publicações nas redes sociais, em um “recolhimento temporário”.

A revista Fórum, de orientação de esquerda, lançou um abaixo-assinado em defesa do religioso e “pelo fim da censura”. De acordo com a publicação, até esta quarta-feira, 120 mil assinaturas haviam sido colhidas.

A Gazeta do Povo tenta, desde terça-feira, contato com o religioso, mas não obteve retorno. A reportagem também procurou a Arquidiocese de São Paulo, mas Dom Odilo Scherer se recusou a comentar o assunto “pelo bem” do Padre Júlio.

Padre polêmico

Padre Júlio é conhecido há décadas por causar polêmicas e pelo envolvimento com movimentos como o dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ele coordena a Pastoral do Povo da Rua, que ajuda a população que não tem onde morar.

No fim de 2023, foi instalada na Câmara Municipal de São Paulo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ONGs por sua atuação na Cracolândia. A Pastoral do Povo da Rua era acusada de perpetuar o problema dos dependentes químicos, mas as investigações não avançaram e nem produziram qualquer efeito prático.

Proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), a CPI perdeu rapidamente apoio dos colegas vereadores, que retiraram suas assinaturas. Segundo a Folha, a CPI deixou de lado as ONGs e passou a focar apenas no Padre Júlio.

Mais recentemente, Padre Júlio fez a narração de um filme sobre uma “santa trans” e denunciou, em uma série de postagens, ser alvo de ataques de ódio.

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