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Questão agrária

Após protesto de 24 horas, sem-terra deixam a entrada da Embrapa

Promessa de que área ocupada desde 2003 será regularizada anima a coordenação do MST

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Ponta Grossa – Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) liberaram ontem a entrada da sede da unidade da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, depois do protesto que impediu, por um dia, a entrada de funcionários. A liberação ocorreu após reunião com representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que apresentou um cronograma prevendo a regularização do assentamento localizado próximo à empresa até o mês de outubro.

A reunião foi realizada no fim da tarde de ontem envolvendo lideranças do movimento, o gerente da unidade da Embrapa, Osmar Beckert, e o ouvidor agrário do Incra, Nilton Bezerra Guedes. O Incra se comprometeu a fazer a medição da área ocupada pelo MST. O trabalho deve começar dentro de 15 dias. A Embrapa fará o georreferenciamento do restante da área. Até outubro, conforme Guedes, o trabalho possivelmente estará concluído. "Mas trata-se de uma previsão", apontou.

A promessa de compra da área animou o MST. O coordenador do movimento em Ponta Grossa, Arilson de Assis, afirmou que agora os militantes irão esperar o andamento dos trabalhos e cobrar soluções do Incra caso surjam imprevistos.

A área de 632 hectares, localizada dentro do terreno de 3.970 hectares da Embrapa, na Rodovia do Talco, foi ocupada em 2003 pelo MST. A Embrapa aceitou a proposta de compra pelo Incra no ano seguinte. As 60 famílias que vivem no local já têm plantações, mas ainda carecem de ligações de água e de luz, que só vêm com a regularização.

O acampamento fica a três quilômetros da sede da empresa, que teve sua entrada bloqueada por sem-terra na manhã de segunda-feira. Ontem pela manhã, diante da promessa da reunião no final do dia, os funcionários puderam ter expediente normal. Por volta das 20 horas, com o final da reunião, os sem-terra voltaram para o acampamento. De acordo com o gerente da unidade local da Embrapa, apenas hoje será feita uma análise para identificar se a área de pesquisa foi afetada devido à paralisação das atividades.

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