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 | Daniel Castellano     /     Gazeta do Povo
| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Os cerca de um milhão de estudantes das 2, 1 mil escolas estaduais foram convocados pela APP-Sindicato, entidade representativa dos professores estaduais, por meio de panfletagem nesta semana, para não comparecerem às aulas nesta sexta-feira, data que marca um ano do dia 29 de abril - a “Batalha do Centro Cívico” – que em ocorreu em 2015 durante as manifestações contra a reforma da Paranaprevidência. O projeto acabou aprovado e cerca de 200 pessoas foram feridas. A convocação foi confirmada pela própria secretaria de comunicação da entidade.

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O objetivo da convocação dos alunos é a paralisação total das escolas estaduais para que tanto os estudantes como professores reflitam sobre o episódio. Segundo a assessoria de imprensa da APP, o sindicato espera que professores do interior do Paraná venham a Curitiba para a manifestação desta sexta-feira. A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) trabalha já com a possibilidade de paralisação das aulas e espera que ela seja reposta para que os alunos não percam conteúdo. O sindicato já se dispôs a repô-las.

Ato político

O chefe da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni, afirmou que a manifestação desta sexta-feira é um ato contra o governador Beto Richa e contra o juiz Sergio Moro.

“Isso se transformou mais num ato político, que vai reunir forças contrárias ao impeachment, ao Sergio Moro. Prova disso é que não é uma manifestação apenas de professores, mas da CUT, do MST e de todas as forças oposicionistas ao governador Beto Richa”.

A APP-Sindicato afirmou que o ato não tem relação com o juiz Moro e reforçou que a manifestação será feita para relembrar os fatos ocorridos em 29 de abril de 2015.

A entidade pediu a abertura de um inquérito na Delegacia de Cibercrimes denunciando uma página do Facebook intitulada “Direita Curitiba”.

De acordo com a secretária de Estado da Educação do Paraná, Ana Seres, o desconto ou não seria definido em uma reunião nesta quinta-feira (28). Mas a Casa Civil do Paraná afirmou que o governo vai descontar o dia de paralisação dos salários dos professores e que não irá aceitar nenhum justificava. “É uma decisão definitiva e já está tomada: professor que se ausentar da sala de aula terá o salário descontado”, disse o chefe da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni.

“A manifestação é livre, mas a própria sociedade não encontra justificativa para um dia de paralisação dos professores, quando todos nós sabemos que não há um paranaense que não esteja enfrentando dificuldades no cenário econômico de hoje”, completou.

Somente na manhã desta sexta-feira será possível saber quantas escolas não tiveram aulas. A Seed deve informar o balanço até o final do dia.

Até o fim da tarde desta quarta-feira (27), 70 ônibus estavam confirmados para viagens do interior para capital. A expectativa do sindicato é que o número de manifestantes chegue a 20 mil pessoas.

Aproximadamente vinte sindicatos que fazem parte do Fórum de Entidades Sindicais do Paraná também mobilizaram servidores do interior. Entre elas estão a própria Associação dos Praças do Estado do Paraná, que representa policiais militares, Sindicatos dos Agentes Penitenciários do Paraná, Sindicato dos Servidores Públicos da Agricultura, Meio Ambiente, Fundepar e Afins.“Será um dia de luto e de luta”, afirmou o presidente da APP, Hermes Leão.

A manifestação terá três vertentes, com concentração por volta das 8h. A primeira, formada pelos professores, estará na Praça Santos Andrade. Outra estará em frente à Secretaria de Estado da Fazenda do Paraná, na Avenida Vicente Machado. Esta terá funcionários ligados à Saúde. Um terceiro grupo, com demais servidores do estado, estará na Praça Rui Barbosa. Todos se encontrarão na Praça Tiradentes para seguir até a Praça Nossa Senhora de Salete. (Confira o infográfico com o trajeto.)

Reivindicações

Além da lembrança sobre o 29 de abril, os professores devem relembrar a necessidade do pagamento de promoções e progressões atrasados. A secretária de Estado da Educação do Paraná, Ana Seres, confirmou o atraso. Seriam necessários para o estado pagar o que deve aos servidores R$ 170 milhões. Em entrevista por telefone, ela afirmou que uma comissão estuda alternativas para conseguir realizar os pagamentos.

“Hoje estamos com esse valor R$ 170 milhões para cumprir com as promoções e progressões. É uma pauta que tem sido prioridade. Estamos tentando encontrar uma solução para isso. Ainda bem que o governador fez o ajuste. Talvez a metodologia usada foi um pouco complicada, mas isso garante hoje que não tenha parcelamento do salário, pagamentos em dia. Sofremos com aquele episodio, mas hoje estamos em uma situação privilegiada comparado a outros estados do país”, disse.

Segurança

Até o final da tarde desta quarta-feira (27), a Polícia Militar não informou oficialmente como será feito o policiamento das manifestações. A assessoria de imprensa da corporação disse apenas que “ainda não há detalhes sobre [o esquema de segurança]. Mas a Polícia Militar vai acompanhar as manifestações, com intuito de oferecer segurança e orientar o trânsito.

A reportagem apurou, no entanto, que o policiamento será realizado com menos ostensividade. Ao contrário do ano passado, haverá muito mais policiais infiltrados, à paisana, sem tropas fardadas cercando os edifícios. Os trajetos das caminhadas serão acompanhados por equipes do Batalhão de Polícia de Trânsito, o que tradicionalmente já acontece com mobilizações na cidade. Apesar disso, o 12.º Batalhão da PM, responsável pela área, deve coordenar o policiamento, que terá apoio de policiais de outras unidades. Nesta quarta-feira mesmo, já havia solicitações de reforços em outros batalhões da cidade, mas em escala muito menor.

Colaborou: Euclides Lucas Garcia.

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