O pai da estudante de turismo da Uniban que foi hostilizada por colegas na quinta-feira (22) após ir à faculdade com um vestido rosa curto comparou o incidente aos que ocorrem em países onde mulheres são obrigadas a cobrir todo o corpo. "Estamos no Oriente Médio?", perguntou o metalúrgico Severino Filho, de 55 anos.
Funcionário de uma montadora em São Bernardo, Severino disse que recebeu solidariedade dos amigos no trabalho. "Todo mundo viu. Ficaram sabendo hoje (sexta)."
"As pessoas acham isso uma baixaria, uma pouca vergonha. Onde já se viu uma coisa dessas? Você vai estudar e junta gente... A gente está no Oriente Médio?"
Pai de três mulheres e um homem, Severino Filho disse que não tenta impor à filha de 20 anos um modo de vestir. "Não adianta. Quando quer, não adianta. Na realidade, o pai e a mãe não proíbem. Tem gente que gosta mesmo e não adianta", afirmou.
Severino criticou a administração da universidade, que para ele deveria ter mais estrutura para impedir incidentes deste tipo. "A primeira coisa é que tinha que ter segurança lá e ninguém tomou providência. Teve que a polícia ir para resolver o negócio. O que é isso? A escola tem que dar segurança", afirmou.
A Uniban instaurou uma sindicância para apurar o caso e disse que pretende "aplicar medidas disciplinares aos causadores do tumulto, conforme o seu regimento interno".
Nesta sexta, a mãe da jovem se reuniu com representantes da universidade para discutir o assunto.
A confusão na universidade ocorreu em razão da roupa considerada curta por colegas da faculdade, que a xingaram e provocaram um tumulto pelos corredores. A Polícia Militar foi chamada por amigos dela para conter a confusão e permitir que a garota deixasse a faculdade a salvo. Muitas pessoas filmaram a cena e divulgaram as imagens no site de vídeos. A universidade pediu para que o conteúdo fosse retirado.
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