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O presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) e prefeito de Fazenda Rio Grande, Antônio Wandscheer, propôs ontem a criação de um consórcio intermunicipal para gerenciar o sistema de transporte coletivo na região. Atualmente o sistema é coordenado pela Urbs, empresa de economia mista ligada à prefeitura de Curitiba. Segundo Wandscheer, o modelo prejudica a prestação dos serviços, já que os prefeitos dependem de autorização da Urbs para instalar novas linhas ou expandir as já existentes. O presidente da Assomec falou sobre sua intenção durante o 1.° Fórum de Transporte Coletivo de Curitiba e Região Metropolitana, ontem à tarde, na Câmara Municipal de Pinhais.

Wandscheer disse que a idéia é formar o consórcio até o fim do ano que vem, quando termina o contrato firmado entre as Urbs e as empresas de transporte coletivo que atualmente prestam os serviços. "Hoje, fica tudo nas costas do prefeito de Curitiba. Os outros prefeitos ficam sentados, reclamando quando a tarifa é reajustada", criticou. O modelo seria o Consórcio Intermunicipal do Lixo, que reúne 15 cidades da região metropolitana de Curitiba (RMC).

Para ele, a nova entidade poderia solucionar a falta de autonomia dos municípios. "Hoje o prefeito não tem competência nem para mudar um ponto de ônibus de lugar", afirmou Wandscheer. "Tem linhas que (a Urbs) não quer implantar, porque vê o aspecto econômico das empresas." Quanto aos custos do sistema, o presidente da Assomec disse que os demais prefeitos da RMC não têm acesso à planilha da Urbs. "Não sabemos se os valores são altos ou baixos."

Para Wandscheer, a licitação para a escolha das empresas que vão operar o sistema deve ficar a cargo do consórcio. O prefeito de Curitiba, Beto Richa, enviou um projeto à Câmara dos Vereadores, mas o Legislativo municipal, até agora, não analisou o tema. "Como um município pode licitar por todos?", questionou o presidente da Assomec. O presidente da Urbs, Paulo Schmidt, admitiu que é preciso avaliar a proposta. "É importante que os municípios participem e que cada um deles tenha meios de buscar as condições de um desenvolvimento adequado", disse.

Para um dos organizadores do fórum, o deputado estadual Professor Luizão (PT), o primeiro objetivo é dar transparência ao sistema. "A principal demanda é por uma gestão mais democrática. A partir deste fórum, será criada uma equipe para levar a discussão à frente." Já para Fernando Antônio Carneiro Barbosa, da Secretaria de Transporte Urbano e Mobilidade do Ministério das Cidades, é preciso avaliar o assunto com cautela. "Em princípio, o governo federal é favorável à formação de consórcios. Mas cada caso é um caso", comentou.

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