
Na terça-feira passada, o aposentado Jeovart Alves Cordeiro, 52 anos, chegou às 8h45 ao posto central do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), na Rua João Negrão, centro de Curitiba, para pedir a renovação da carteira de motorista. Saiu às 11h20 mais de duas horas depois com o exame médico marcado para as 17 horas do mesmo dia. "Achei o atendimento demorado, principalmente porque, até o fim do processo, temos de passar por quatro filas diferentes", reclama. No entanto, a situação enfrentada por Cordeiro já é bem diferente daquela observada nos últimos meses de 2008 e início deste ano, quando havia enormes filas e longos prazos para prestação de serviços. Apenas em maio o atendimento do Detran começou a retornar à normalidade.
Por volta das 11 horas de terça-feira, havia cerca de 40 pessoas na espera pelo atendimento no posto da João Negrão. Naquele dia o atendimento demorou de uma a duas horas, em média, e os exames (teórico e médico) estavam sendo marcados em um prazo de até uma semana em alguns casos, no mesmo dia ou no dia seguinte. Dos 14 guichês de atendimento, apenas quatro estavam funcionando.
A situação é bem diferente daquela encontrada no fim do ano passado e nos primeiros meses de 2009, com filas intermináveis de espera para senhas antes da abertura do atendimento, que começa às 8 horas, e com prazos de até 90 dias para serviços como a renovação da carteira de motorista. Já depois de feitos todos os exames, o cidadão ainda esperava mais do que os cinco dias úteis normais para receber a carteira em casa.
À época, a explicação da demora estava no aumento repentino da demanda devido às novas regras para retirar a primeira carteira de habilitação, mais rígidas e que resultaram em um corrida de pessoas aos Detrans de todo o país ainda em dezembro, e também devido ao período de férias, em que muitas pessoas aproveitaram para regularizar sua situação no órgão. Além disso, no fim de fevereiro o sistema passou por uma atualização que paralisou por cerca de uma semana o sistema de habilitação, causando mais acúmulo de processos.
De acordo com a assessora de coordenação do Detran-PR, Sônia Cabral, o serviço está voltando ao normal, mas pode melhorar. "Nossa meta é baixar o tempo de espera no posto do Detran das atuais uma a duas horas para 40 minutos, no máximo", diz. Para isso, o órgão implantou algumas modificações. A primeira foi a transferência dos serviços relacionados ao veículo para a sede do Tarumã, onde há mais funcionários e condição de atender à demanda. "Deixamos o posto central exclusivo para a renovação de carteira e recursos de multa", explica Sônia. "São feitos cerca de 500 atendimentos por dia lá atualmente. Já os pedidos de primeira habilitação, que hoje são cerca de 120 por dia, também foram para o Tarumã", afirma. Sônia não tem o balanço atualizado do número de pedidos de primeira habilitação em abril, mas afirma que o número já baixou bastante em relação a dezembro e janeiro.
A segunda modificação para a melhoria do atendimento seria a eliminação de uma das quatro filas do atendimento entrada, biometria e fotografia, pagamento de taxa no banco e agendamento de exames. "Queremos que a marcação dos exames médicos seja feita junto com a biometria", afirma a assessora. "Para isso estamos aguardando uma modificação no sistema que vai permitir que isto aconteça. A Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e a Celepar estão trabalhando nisso, mas ainda não temos uma previsão exata de quando vai acontecer", diz.
Por fim, há a contratação de novos funcionários, emperrada desde fevereiro, quando foi anunciado que 111 pessoas que haviam passado em um concurso em 2005 seriam chamadas 41 delas para Curitiba. "Esse número aumentou para 282, mas continuamos sem a previsão de contratação desses funcionários e como serão distribuídos", esclarece Sônia. "A Secretaria de Estado da Administração e Planejamento está abrindo processo licitatório para fazer os exames médicos para a contratação dessas pessoas. Estamos no aguardo disso", justifica.
Transferência
No caso das pessoas que têm carteira em outro estado e pretendem fazer a renovação no Paraná, é preciso fazer uma transferência de prontuário (dados) do estado de origem. Não há prazo médio para a conclusão da tarefa. "Encaminhamos o pedido assim que o motorista se senta na cadeira de atendimento. Muitas vezes o que demora é a resposta do outro estado", argumenta Sônia. No caso do engenheiro Felipe Rufine Nolasco, 30 anos, a transferência de informações do estado de São Paulo para o Detran do Paraná demorou cerca de um mês. "Eles me ligaram dizendo que o processo tinha terminado e então vim para dar entrada no pedido de renovação", conta. Na terça-feira, ele esperou cerca de uma hora e meia no atendimento da João Negrão e teve o exame teórico marcado para o dia seguinte.
Serviço
Quem precisa renovar a carteira de habilitação tem um período flexível de 60 dias para fazê-lo, 30 dias antes do vencimento e 30 depois. Para acelerar o processo, é possível iniciar o pedido de renovação ainda em casa, acessando o site www.detran.pr. gov.br e clicando no menu "Habilitação" e no link "Pré-cadastro Renovação da CNH Entrada".
A renovação custa R$ 56,30.
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