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Correspondências

Atraso dos Correios gera mais queixas

Nos últimos seis meses, número de denúncias sobre a demora da estatal na entrega de encomendas internacionais chegou a 10,6 mil na internet

A assessora Julliana Bauer aprendeu que é preciso paciência com os Correios | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
A assessora Julliana Bauer aprendeu que é preciso paciência com os Correios (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)
CTCI de Curitiba fica, na verdade, em São José dos Pinhais |

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CTCI de Curitiba fica, na verdade, em São José dos Pinhais

Desde março, a produtora audiovisual Luísa Clasen espera pela entrega de cinco compras feitas no exterior, por meio de uma empresa internacional de comércio eletrônico. Os pacotes já foram despachados, chegaram ao Brasil, mas, mesmo com o atraso, permanecem em uma unidade de triagem dos Correios, em Curitiba, sem previsão de entrega. O caso dela está longe de ser o único.

Os Correios não têm uma estimativa do número de encomendas internacionais esperando para ser entregues, mas, pela internet, as queixas se propagam. Nos últimos seis meses, mais de 10,6 mil denúncias foram feitas no site Reclame Aqui, por usuários do serviço postal. A maioria aponta atraso excessivo ou extravio das compras. No Facebook, a página "Correios 100% Reclamações" – que soma mais de 2,9 mil curtidas – compila casos como, demora nas encomendas e violação dos pacotes despachados.

"Quando faço uma compra em outro país, procuro não ficar muito apreensiva, porque já sei que vai demorar, que vai ter atraso [na entrega]", disse a assessora de comunicação Julliana Bauer, de Curitiba, acostumada a importar roupas, maquiagem e acessórios, principalmente dos Estados Unidos.

Prazos

Os prazos para entrega variam de acordo com a modalidade de postagem escolhida pelo usuário. No serviço expresso, as correspondências demoram um período entre 7 e 15 dias úteis para chegar à casa do usuário. Na modalidade simples, as entregas são feitas em até 60 dias úteis, segundo os Correios.

Em nota, a empresa ressalta que o número de encomendas internacionais adquiridas por meio de comércio eletrônico aumentou 389% nos últimos dois anos. Ainda assim, os Correios asseguram que o padrão de qualidade de entrega se mantém acima dos 99%. "A porcentagem de indenizações pagas pelos Correios por atraso, extravio ou avaria em relação ao total de cartas e encomendas internacionais transportadas foi sempre inferior a 1% nos últimos seis anos", diz a nota.

Apesar dos argumentos do órgão, os usuários também reclamam da dificuldade no rastreamento do produto. O comerciante Mário de Aguiar Abreu, que mora em São José do Rio Preto, São Paulo, perdeu as contas de quantas vezes sofreu para receber suas compras, feitas na China. "Você não consegue rastrear a encomenda. Você reclama pelo site e enviam uma resposta padrão, dizendo que está com o setor competente. Depois de seis meses, a encomenda sai do sistema e você nunca mais a encontra", disse.

Para reclamar ou acompanhar a sua encomenda ligue para 0800 725 0100 ou acesse www.correios.com.br/servicos/falecomoscorreios/default.cfm.

Demora afeta também as remessas nacionais

Dono de uma empresa de impressão fotográfica em Curitiba, Alberto "DY" Bernardes não consegue honrar prazos com clientes do Rio de Janeiro. Não por culpa dele, mas pelos atrasos recorrentes dos Correios em entregar as mercadorias que o empresário despacha. Em dois anos, foram incontáveis demoras. Nove das encomendas foram extraviadas e jamais chegaram ao destino.

"Quando o cliente é do Rio de Janeiro, eu já aviso que vai ter atraso de dois ou três dias. Não importa se é Sedex ou não. E nunca há ressarcimento", disse Bernardes. "A explicação dos Correios é de que a central fica do lado de uma favela e os caminhões são assaltados", acrescentou.

Na internet, os usuários também reclamam da demora excessiva e de extravio dos pacotes. "Mercadoria postada em SP com destino a AM. No site, aparece que a mesma sumiu no CE. Um verdadeiro absurdo", reclama Anny Gonçalves, pelo Facebook.

Outro usuário aponta que deveria ter recebido sua encomenda no dia 29 de junho, mas que o volume ainda não havia chegado. Ele relata não ter sido a primeira vez que sofreu com os problemas nas entregas. "Em outra ocasião, tive que sair do trabalho e percorrer 37 quilômetros para buscar minha encomenda, ou seja, perdi tempo, dinheiro e coloquei meu emprego à prova por essa irresponsabilidade".

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