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Fluxo de veículos na Rua Nicola Pellanda é intenso: imprudência dos motoristas está por trás dos acidentes | Antonio Costa/Gazeta do Povo
Fluxo de veículos na Rua Nicola Pellanda é intenso: imprudência dos motoristas está por trás dos acidentes| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

Acidentes

Duas mortes em 5ª feira trágica

Dois mortos e duas crianças feridas. Este foi o saldo de uma quinta-feira trágica no trânsito do bairro Umbará. Por volta das 15 horas, um menino de 10 anos passeava de bicicleta quando foi atropelado por um caminhão no cruzamento das ruas Nicola Pellanda e Miguel Ângelo Pellanda. Ele está internado em estado grave no Hospital do Trabalhador. O acidente motivou a primeira manifestação dos moradores, que queimaram pneus e interditaram a via por uma hora e meia.

Quando a manifestação já acabava, Maria do Rosário Melo e a neta de 7 anos foram atropeladas no mesmo local. Segundo a PM, a mulher foi atingida pelo retrovisor de um veículo e se desequilibrou, sendo atropelada por um carro que veio na sequência. Ela morreu na hora. A criança foi levada ao Hospital do Trabalhador e recebeu alta ontem. O motorista fugiu sem prestar socorro.

Os moradores voltaram a protestar até que Luiz Cleverson de Andrade, 28 anos, foi assassinado a tiros. Quatro pessoas que estavam em um veículo Toyota Corolla prata tentaram furar o bloqueio, mas foram impedidos pelos manifestantes. Um dos ocupantes estava armado, desceu do carro e disparou contra o rapaz. O motorista fugiu.

Ranking

Conheça as ruas que mais registraram acidentes na capital entre janeiro e junho deste ano:

- 1º: Avenida Comendador Franco: 44

- 2º: Avenida Marechal Floriano Peixoto: 34

- 3º: Avenida Victor Ferreira do Amaral: 29

- 4º: Avenida Anita Garibaldi: 25

- 5º: Avenida Manoel Ribas: 23

- 6º: Avenida Presidente Kennedy: 21

- 7º: Rua João Bettega: 18

- 8º: Avenida República Argentina: 17

- 9º: Rua Mateus Leme: 16

- 10º: Rua Nicola Pellanda (*): 14 (*) Há mais quatro vias com 14 acidentes no ranking.

Fonte: BPTran

Uma sequência de atropelamentos seguida por protestos de moradores na última quinta-feira deixou em evidência os perigos a que estão sujeitos os pedestres na Rua Nicola Pel­landa, no bairro Umba­rá, em Curitiba. Uma mulher de 56 anos morreu e duas crianças, de 7 e 10 anos, ficaram feridas ao serem atingidas por veículos que transitavam pela via. Para piorar, um rapaz de 28 anos que protestava contra o excesso de velocidade na rua foi morto a tiros por um motorista que tentava furar um bloqueio.A Nicola Pellanda figura entre as dez vias que mais registraram acidentes na capital no primeiro semestre de 2010, segundo o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran). Entre janeiro e junho foram 14 acidentes com 17 feridos. O BPTran não soube informar se houve mortes nas ocorrências.

Para os moradores, o número expressivo de acidentes é resultado do excesso de velocidade dos motoristas e da falta de redutores na via, como lombadas e semáforos. Após os atropelamentos de quinta-feira, eles fecharam a rua para protestar.

Segundo a presidente da As­­socia­­ção de Moradores do Umbará, Amélia Rodrigues, haverá mais manifestações até que o problema seja resolvido. "Tem muito acidente nesta rua. Há um ano já fizemos outro protesto", reclama. O que eles querem é a instalação de lombadas e um sinaleiro, próximo ao local dos atropelamentos.

Orçamento

Segundo a diretora de trânsito da Urbs, Rosângela Battistella, há um estudo sendo realizado para avaliar o tráfego na Nicola Pellanda e descobrir se há necessidade do semáforo. No entanto, ela diz não ser possível a instalação ainda neste ano. "É preciso colocar no orçamento", explica, lembrando que o preço do aparelho é de R$ 70 mil. Rosângela afirma que existem oito lombadas na rua e já há a previsão para colocar mais duas. Na avaliação dela, o problema da Nicola Pellanda é a imprudência dos motoristas.

"Não adianta encher de sinaleiro. A Urbs tem que colocar nestes pontos agentes da Diretoria de Trânsito. A presença da viatura já inibe o motorista", opina o engenheiro Eduardo Ratton, do Departamento de Trânsito da Universidade Federal do Paraná. Ele lembra que veículos da polícia também teriam o mesmo efeito. Ratton ressalta que o Estado e o município precisam investir mais em educação no trânsito por meio de campanhas de conscientização. "A questão é educação e isso não está ocorrendo", diz.

O BPTran informou que faz campanhas periódicas de orientação. Atualmente, a polícia destaca a importância dos pedestres utilizarem as faixas de segurança para atravessar as vias. Recentemente, a Gazeta do Povo revelou que só 10% do valor arrecadado com multas em Curitiba é investido em educação no trânsito.

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