
A atriz Angelina Jolie, de 37 anos, revelou ontem que se submeteu a uma dupla mastectomia (retirada dos seios) para reduzir o risco de desenvolver câncer de mama. A decisão foi tomada após um exame genético indicar que ela tinha 87% de chances de ter um tumor no seio e 50%, no ovário. A mãe de Angelina morreu aos 56 anos após lutar por quase uma década contra um câncer. Nove semanas depois da cirurgia, a atriz reconstruiu os seios com implantes de silicone.
O teste genético identifica possíveis mutações nos genes BRCA1 (que em média aumenta em 60% as chances de desenvolver tumores na mama e no ovário) e BRCA2 (40% a mais de chances de ter um câncer). No caso de Angelina, havia um defeito no BRCA1. Mas esse diagnóstico é possível em casos específicos. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), apenas 10% dos casos de câncer de mama são hereditários. Ou seja, só nessas situações é que o teste genético poderá indicar as chances de a paciente desenvolver um tumor.
Os outros 90% ocorrem, geralmente, por alterações genéticas no tecido da mama ou do ovário, e podem ser determinadas por vários fatores, entre eles exposição a hormônios e irradiação na parede torácica para tratamento de linfomas.
Segundo o médico geneticista Salmo Raskin, quando existem fatores que revelam que a doença pode ser hereditária, é indicado se submeter ao teste genético. "É necessário saber se existe mais de um caso na família e se o tumor apareceu em idade precoce na mãe, por exemplo. Habitualmente as mulheres desenvolvem câncer de mama depois dos 50 anos."
O médico oncologista e mastologista Cícero Urban ressalta que mesmo que o teste indique a predisposição genética isso não significa que a paciente desenvolverá o tumor. "Há uma chance de que não desenvolva. Mas os tumores hereditários em geral surgem e são mais agressivos", afirma. Nesses casos, a intervenção cirúrgica é uma das saídas. "Se há mudanças nos genes e tem histórico familiar, uma das recomendações é retirar os seios e os ovários", ressalta. Mas, mesmo após a retirada da mama, ainda há 5% de chances de a paciente desenvolver um tumor.
66% ignoram relação entre vírus e tumor
Da Redação
Pesquisa revela que 66% das mulheres brasileiras não acham que existe relação entre a infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) e o câncer do colo do útero. A infecção por esse vírus aumenta em até cem vezes o risco de a mulher desenvolver esse tipo de câncer. As informações são da Agência Brasil.
Para o levantamento, feito pela Associação Brasileira de Patologia no Trato Genital Inferior e Colposcopia em parceira com o Ibope, foram ouvidas 700 mulheres com idade entre 16 e 55 anos, em seis capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Recife).
Descobriu-se que 18% das mulheres nunca fizeram o exame papanicolau, principal forma de detectar as lesões que podem levar ao câncer do colo do útero, e 13% fizeram apenas uma vez. Além disso, 40% das mulheres não acham que os exames preventivos de rotina podem servir como forma de prevenção à doença e 76% não relacionam a vacinação contra o HPV como forma de prevenção ao câncer do colo do útero.



