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Transporte

Audiência tem entusiastas e críticos

Encontro para discutir o novo projeto do metrô curitibano reuniu 400 pessoas no Parque Barigüi. Só 20 se cadastraram para fazer perguntas

Público que acompanhou a sessão foi diversificado | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Público que acompanhou a sessão foi diversificado (Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo)

A audiência pública para discutir o novo projeto do metrô de Curitiba, realizada ontem, no Salão de Atos do Parque Barigui, contou com a presença de mais de 400 pessoas, mas apenas 20 delas se cadastraram para tirar dúvidas sobre a obra.

O público era composto majoritariamente por pessoas ligadas a associações de arquitetos, engenheiros, partidos políticos e movimentos sociais – como a Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu e o Movimento Passe Livre. Também havia, porém, alguns poucos cidadãos independentes, apenas interessados no projeto e no impacto que ele deverá trazer para a cidade.

Esse era o caso da família Tomich, cujo pai e filho foram ao evento para conhecer melhor o projeto. "Vim a pedido do meu filho, que é calouro de arquitetura da UFPR e se entusiasmou com as novas linhas do metrô de São Paulo – onde ele esteve recentemente", diz o desenhista Marcílio, de 50 anos. O filho, Gabriel, 19, mostrou-se favorável ao novo modal. "Está mais do que na hora de Curitiba avançar em mobilidade, porque o BRT sozinho já está ultrapassado".

Mesma opinião não tinham os integrantes do Movimento Passe Livre, que estendeu três faixas no local contra a construção do metrô. Em uma dessas faixas, havia a inscrição "$ Metrô privado & Máfia do Busão? Entenda ‘Dilmavez’! Tarifa Zero Já! A alegação do grupo é de que a adoção da tarifa zero seria o modelo ideal para a integração do transporte em Curitiba.

Perguntas

A audiência começou às 15 horas e os participantes tiveram uma hora para inscrever suas perguntas. O tempo destinado aos questionamentos foi aberto após apresentações do prefeito Gustavo Fruet, do secretário do Planejamento Fábio Scatolin e dos presidentes do Ippuc e Urbs, respectivamente, Sérgio Pires e Roberto Gregório. Mas as indagações não foram respondidas de pronto, como em um debate, e sim em um único bloco.

De um modo geral, as dúvidas variavam entre localização das estações, presença de bicicletários, estudos de impacto ambiental, desapropriações, processo licitatório, projetos arquitetônicos, tarifa e custos do projeto.

Segundo Scatolin, a audiência reuniu um conjunto de perguntas interessantes. "Agora, vamos pensar sobre aquelas que foram propostas", afirmou. As respostas serão direcionadas aos e-mails de quem as realizou até 15 de fevereiro. Em seguida, elas serão registradas em ata e publicadas no site da prefeitura.

Fruet nega que pesquisa altere trajeto previsto

Apesar de constar no projeto original do metrô de Curitiba, a pesquisa de origem-destino, que deve ser iniciada este ano, não vai influenciar o trajeto que já foi estabelecido para a primeira linha da capital. Segundo o prefeito Gustavo Fruet (PDT), o traçado atual já teve a sua "demanda justificada", e por isso não dependeria do resultado do estudo.

"A escolha do traçado do metrô é um dos fatores para que o investidor tenha garantia de que num prazo de 30 anos ele terá uma demanda a ser atendida", disse Fruet. A pesquisa de origem-destino mede as necessidades de locomoção dos moradores de uma cidade em relação ao transporte público e a veículos individuais. Esse tipo de pesquisa é comum em outras grandes cidades do mundo, como São Paulo e Nova York. Será a primeira vez que o levantamento será feito em Curitiba.

O presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Sérgio Pires, afirmou, no mesmo evento, que a pesquisa vai impactar "toda a rede de transporte, inclusive o metrô", mas não o traçado.

Colaborou Amanda Audi.

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