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Clima

Aumenta procura em pediatrias

Atendimento no Hospital Pequeno Príncipe subiu 61%. Nas unidades básicas de saúde, o movimento é normal

Anna Júlia, de 2 meses, já estava gripada, mas o tempo seco piorou a tosse e a dificuldade para respirar. Os pais Cleverson e Helena levaram a menina para fazer inalação | Antonio Costa / Gazeta do Povo
Anna Júlia, de 2 meses, já estava gripada, mas o tempo seco piorou a tosse e a dificuldade para respirar. Os pais Cleverson e Helena levaram a menina para fazer inalação (Foto: Antonio Costa / Gazeta do Povo)

Desde domingo, quando a umidade relativa do ar começou a ficar abaixo dos 30% em Curitiba e região e chegou aos críticos 18% em cidades como Maringá e Cianorte, três dos seis pronto-atendimentos pediátricos que funcionam em hospitais da capital têm visto sua demanda aumentar: 30% no Hospital Evangélico, 28% no Vita Curitiba e 61% no Hospital Pequeno Príncipe – só na segunda-feira foram 505 crianças, contra 179 no mesmo dia do ano passado.

Nas unidades de saúde básica, o movimento é normal. Ainda na semana passada, quando o tempo começou a ficar seco em Curitiba e região, os problemas respiratórios representaram 21% (14.763) dos 69.799 atendimentos, índice que, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, não representa aumento de demanda de atendimento.

Segundo os médicos, as crianças não são mais ou menos afetadas pelo tempo seco do que os adultos e a busca maior por atendimento se reflete apenas na preocupação dos pais. "Com a baixa umidade do ar, as mucosas dos olhos, boca e nariz ficam mais secas e, naturalmente, inflamam, ficando mais vulneráveis à contaminação por bactérias e/ou vírus", explica o pneumologista do Hospital Pequeno Príncipe Paulo Kussek. "Quem já tem alguma doença alérgica crônica como rinite, algo que corresponde a cerca de 25% da população brasileira, pode ver o quadro se agravar. Nesse caso, o ideal é buscar o médico de confiança e seguir as indicações de sempre". Esse é o caso de Anna Júlia, de 2 meses de idade, e Marcel Vinícius, de 1 ano, que foram até o pronto-atendimento do Pequeno Príncipe na tarde de ontem. Anna Júlia já estava gripada antes do início do tempo seco, mas os pais, Cleverson Vieira Cardoso e Helena dos Santos Lauton, viram a situação piorar a partir de domingo, quando a menina passou a ter mais tosse e dificuldade para respirar. "Trouxemos ela para uma nova avaliação e inalação para melhorar a respiração", conta o pai.Marcel está com uma otite e o peito carregado, desde a semana passada. "Ele está com muita dificuldade de respirar, por isso decide trazer ele hoje para fazer inalação", conta a mãe, Carol WechorKowski.

Prevenção

O pneumologista infantil do Vita Curitiba, Carlos Roberto Massignan, lembra que a melhor medida de prevenção é a ingestão de líquidos. "O uso tópico de soro fisiológico ou a colocação de toalhas molhadas no ambiente ajudam, mas o fundamental mesmo é a ingestão de água. Com isso, o organismo se adequa, naturalmente". Ele também faz um alerta para um grupo especial de crianças: filhas de pais fumantes. Se, normalmente, o fumo passivo já faz mal, nesta época do ano é imperativo que os pais evitem o cigarro perto dos filhos.

Alerta

A umidade relativa do ar em Curitiba chegou a 23,3% por volta das 15 horas de ontem, quase no mesmo instante em que a temperatura alcançava o pico de 30,4°C. Com exceção do litoral, praticamente todo o estado teve umidade relativa do ar inferior a 30%, considerado como estado de atenção pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas, em algumas estações, o nível chegou ao grau de alerta -- inferior a 20%

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