
Os paranaenses que estão passando por curso de formação de condutores para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) têm encontrado dificuldade para agendar a prova prática de direção, última etapa do processo. O problema se deve a uma sobrecarga no sistema do Departamento de Trânsito no Paraná (Detran-PR), registrada nos dias em que os exames são agendados pelas autoescolas. Segundo o Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores, os alunos chegam a esperar 45 dias para marcar o teste, principalmente nas grandes cidades.
Por volta do dia 15 de cada mês, o Detran-PR abre as vagas para os exames do mês seguinte. Pela internet, as próprias autoescolas de todas as regiões do estado entram no sistema no Detran e marcam a data para seus alunos serem avaliados. Mas, como a demanda é maior que o número de vagas ofertadas, acaba havendo uma "corrida virtual" entre as autoescolas. O número excessivo de acessos acaba gerando lentidão no sistema e tirando-o do ar pouco tempo após o início dos agendamentos.
"É um corre-corre. As vagas ofertadas não são suficientes. Acabam em duas horas [depois do começo do agendamento]. O sistema cai e, quando volta, já não tem mais vagas", reclamou a proprietária de uma autoescola de Curitiba, que pediu para não ser identificada.
O atraso preocupa principalmente alguns alunos que estão em vias de estourar o prazo de um ano para concluir todo o processo de habilitação (do início das aulas teóricas à aprovação na prova prática). Caso excedam este limite, os candidatos precisam iniciar um novo processo. Não perdem as aulas feitas, mas precisam refazer a prova teórica.
Uma dessas alunas é a universitária Rafaella de Paula Pereira, de 18 anos. Ela reprovou em dois exames práticos e ainda não conseguiu marcar data para fazer, ainda em dezembro, um novo teste. Caso a autoescola não consiga encaixá-la na lista deste mês do Detran, a jovem só poderá fazer a prova prática em janeiro, em cima do seu prazo final.
"Eu fico angustiada, com medo de vencer o processo. Eu já poderia estar com a carteira, então fico chateada por isso", disse. "Em tempos de provas, como agora, com um carro seria bem mais fácil", completou.



