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Familiares e amigos cobram lista de passageiros no balcão da TAM no Salgado Filho | José Ernesto/Correio do Povo
Familiares e amigos cobram lista de passageiros no balcão da TAM no Salgado Filho| Foto: José Ernesto/Correio do Povo

TAM freta aviões para parentes

Porto Alegre – Quatro aviões da TAM com familiares das vítimas da maior tragédia aérea do país chegaram a São Paulo ontem trazendo muita tristeza e indignação.

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Economia - Ações da TAM despencam 9,07%

Influenciadas pelo acidente com o avião do vôo 3054 da TAM, as ações das duas principais companhias aéreas do país fecharam o pregão de ontem da Bovespa em forte baixa.

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São Paulo – A Infraero liberou ontem imagens de dois vídeos que mostram o momento da tentativa de pouso do Airbus A320 da TAM, que explodiu ao se chocar com o prédio da TAM Express, onde fica o setor de cargas da empresa, em frente ao Aeroporto Internacional de Congonhas, em São Paulo. A aeronave fazia o vôo JJ 3054 de Porto Alegre a capital paulista.

Autoridades que investigam o acidente com o avião da TAM afirmaram que a aeronave, por algum motivo ainda não esclarecido, acelerou depois de já ter tocado com os pneus na pista de Congonhas durante o pouso.

Essa primeira análise do acidente, ainda preliminar, foi feita após a coleta de imagens do aeroporto (com filmagens da pista principal), de informações de operadores da torre de controle e de dados fornecidos por pilotos de outras aeronaves.

Fontes do governo disseram que o avião iniciou seu pouso de maneira correta, tocando no solo de Congonhas antes da marca 1.000 pés – uma pintura com duas faixas brancas paralelas na pista que fica a 330 metros da cabeceira da pista. A pista principal de Congonhas tem 1.940 metros.

O Airbus da TAM transportava 186 pessoas, entre passageiros e tripulantes.

Pista fechada

O Superintendente de Engenharia da Infraero, Armando Schneider Filho, disse em entrevista coletiva que a pista principal do aeroporto de Congonhas deverá ficar fechada pelo menos até amanhã para que a Polícia Federal possa periciar o local e apurar informações para seu inquérito sobre o acidente.

Schneider Filho afirmou ainda que a pista principal poderá ser reaberta apenas para operações com tempo seco. Em caso de chuva, os vôos seriam operados apenas pela pista auxiliar, que possui grooving. Ele lembrou ainda que o grooving da pista principal deve ser realizado entre agosto e setembro.

O Ministério Público Federal de São Paulo entrou ontem com ação civil pública, com pedido de liminar, para suspender todas as atividades em Congonhas. A interrupção inclui as operações de pouso e decolagem nas pistas principal e auxiliar. A Justiça Federal confirmou o recebimento da ação, mas informou que o processo ainda não foi distribuído para nenhuma vara.

Na ação, os procuradores Fernanda Taubemblatt, Márcio Schusterschitz Araújo e Suzana Fairbanks de Oliveira pedem o fechamento de Congonhas até que sejam confirmadas as condições de segurança do aeroporto e afastadas as dúvidas trazidas pelo acidente de ontem com o avião da TAM. O Ministério Público solicita também a realização de perícia por entidade independente e externa aos quadros governamentais, a fim de evitar conflitos de interesses.

A PF abriu ontem inquérito para apurar as causas do acidente. Em nota divulgada ontem, a PF informa que o inquérito pretende investigar as condições da pista principal do aeroporto no momento do pouso do avião, quando chovia em São Paulo, e "a eventual responsabilidade de agentes públicos, ou de particulares, sobre a possível liberação da pista em obras sem o cumprimento dos requisitos necessários", diz o texto.

Risco

O bico do avião da TAM, até o fechamento desta edição, ainda estava localizado em uma área de risco de desabamento. A frente do avião deve ser o trabalho mais demorado por conta da localização difícil.

"O nariz do avião ficou introduzido em uma área em que o risco de desabamento é muito grande", segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo. Ronaldo Marsagão. No dia do acidente, parte do prédio onde funcionava o terminal de cargas da TAM desabou com a explosão.

"Estamos fazendo tudo o que é possível. Um exemplo foi a pronta resposta do Corpo de Bombeiros, que chegou praticamente no instante do acidente, salvou a vida de quatro pessoas e uma parte do prédio desabou em cima do próprio carro do Corpo de Bombeiros. O IML Central trabalha exclusivamente para atender ao acidente", disse o secretário paulista. Vários guindastes continuam no local para levantar partes da fuselagem e escombros do prédio.

O trabalho atual de identificação no Instituto Médico Legal (IML) é de triagem para a identificação. "Estamos com mais de 160 corpos, mas o trabalho não parará em momento algum", prometeu. Até o fechamento desta edição, apenas 12 corpos tinham sido identificados.

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