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Violência

Bala perdida mata menina em Araucária

O auxiliar de almoxarifado Antoniel Martins dos Santos, de 34 anos, hesitou o quanto pôde para atender o pedido da filha Eriane Ferreira dos Santos, 9 anos, na noite de domingo. A menina queria ver o show da dupla Rick & Renner e participar do último dia da festa do Pêssego e do Ovo, realizada há mais de 20 anos em Araucária. Antoniel queria levar a filha à festa de um ano da igreja Assembléia de Deus no seu bairro, o Santa Eulália.

Os insistentes pedidos da menina porém levaram Antoniel a ceder. "Deixei ela ir com a minha irmã, até porque eu mesmo fui outras vezes à Festa do Ovo e nunca vi problemas", comentou.

Eriane saiu de casa por volta das 20 horas em companhia da tia. Saía de uma tenda de prêmios infantis por volta de 22h40, quando foi atingida por um tiro de revólver calibre 38, e acabou morrendo.

A menina pagou por uma briga que não era sua. Ao contrário dela, membros de bandos rivais da cidade – as chamadas galeras do Jardim Ipê e Jardim Planalto – foram até o Parque Cachoeira, local da festa, para brigar. Quase no fim do show, os dois grupos se encontraram no portão de entrada do parque, onde discutiram e trocaram socos e pontapés.

O grupo do jovem André (nome fictício), de 17 anos, levava desvantagem na briga. Acuado e "ameaçado de morte", como ele próprio disse, disparou seis vezes. Não atingiu nenhum dos oponentes, mas feriu duas pessoas sem gravidade e matou Eriane.

A menina foi prontamente atendida pelas equipes médicas do local, mas não resistiu ao ferimento, e André foi preso cerca de quarenta minutos depois dos disparos. "A festa tinha um circuito interno de câmeras que facilitou o trabalho da polícia", explicou o delegado Agenor Salgado, da delegacia de Araucária.

Além de André, foram presos Wagner Raimundo, de 22 anos, e um outro adolescente de 16 anos. Os dois foram presos mais tarde a caminho de suas residências. Com Wagner foi encontrada a arma do crime, um revólver calibre 38 lixado.

O secretário de Agricultura de Araucária e organizador da festa, João Batista Marinho, afirma que não é possível responsabilizar a segurança do evento. "Tínhamos câmeras de vigilância e uma equipe de 250 seguranças particulares auxiliando a polícia", justificou. Mas ele não soube dizer como o garoto entrou na festa armado.

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