Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
no tocantins

Banco é processado por assédio moral após funcionária sofrer suposto aborto

Segundo denúncia feita pelo sindicato dos trabalhadores, funcionária só teria sido liberada três horas após sofrer um aborto espontâneo na agência em que trabalhava. Caso faz parte de ação por assédio moral coletivo

O Ministério Público do Trabalho em Palmas, no Tocantins, propôs na Justiça do Trabalho uma Ação Civil Pública contra o Banco Itaú por assédio moral organizacional no estado do Tocantins.

Entre as denúncias apontadas pela investigação do MPT está o caso de uma empregada que, após sofrer um aborto espontâneo, teria sido obrigada a permanecer no trabalho até o fechamento da tesouraria, três horas depois do aborto. Durante o período, o feto teria sido guardado em um saco plástico. Segundo o MTP, os fatos relatados pela vítima foram confirmados em depoimentos de outros funcionários do banco.

A denúncia que originou a ação foi feita pelo Sintec-TO, sindicato representante dos trabalhadores. A entidade acusa o banco de sobrecarregar os funcionários com acúmulo de funções e carga excessiva de trabalho, muitas vezes não computando a integralidade das horas extras, contribuindo para a ocorrência de uma série de problemas físicos e psicológicos nos empregados.

Além de multa de R$ 20 milhões por dano moral coletivo, a ação também pede que o banco estabeleça metas compatíveis com o trabalho, pausa remunerada para descanso e pagamento correto de horas extras.

Segundo informado pelo MPT a procuradora responsável pela investigação solicitou que o banco se defendesse e fornecesse uma série de documentos. A instituição não teria respondido às notificações nem encaminhado os documentos pedidos.

Banco diz que denúncia é estarrecedora

O banco Itaú, por meio de sua assessoria de imprensa, negou ter sido notificado anteriormente e afirmou que só teve acesso aos documentos referentes à ação do MPT na manhã desta quarta-feira (3).

Sobre os depoimentos que denunciam a conduta inapropriada do banco quando do aborto sofrido por uma ex-funcionária, a instituição declarou já ter iniciado apuração dos fatos e destacou que o relato obtido pelo MPT é estarrecedor. Ainda segundo o banco, a ex-funcionária foi demitida há dois anos. O caso denunciado teria ocorrido em 2010.

Veja a íntegra da nota divulgada pelo banco Itaú:

“O fato relatado é estarrecedor, fere os mais fundamentais princípios da organização e é inadmissível na nossa ética e cultura de respeito e valorização dos profissionais. O Ministério Público do Trabalho conduziu as investigações sob sigilo, por isso tivemos acesso aos documentos somente nesta manhã. Desta forma, iniciamos a apuração dos fatos, inclusive, para aplicação das devidas penalidades funcionais, cíveis e trabalhistas.”

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.