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O caixa que foi explodido ficava dentro do Auto Shopping Curitiba. Duas pessoas ficaram feridas | Anderson Tozato/Tribuna do Paraná
O caixa que foi explodido ficava dentro do Auto Shopping Curitiba. Duas pessoas ficaram feridas| Foto: Anderson Tozato/Tribuna do Paraná

Ataques a caixas eletrônicos em Curitiba e RMC

- em 2011: foram 49 ataques

- em 2012: foram 9 ataques

Fonte: Sindivigilantes

Um grupo de bandidos rendeu vigilantes e funcionários de um centro de vendas de veículos, localizado no bairro Tarumã, em Curitiba, nesta segunda-feira (16), e usou uma carga de dinamite para explodir o caixa eletrônico do Bradesco que ficava no estabelecimento. Na ação, duas mulheres da equipe de limpeza do shopping automotivo ficaram feridas. A quadrilha fugiu levando dinheiro do terminal, além de duas armas e dois coletes balísticos dos agentes de vigilância. Segundo o Sindicato dos Vigilantes (Sindivigilantes), foi o nono ataque a caixas eletrônicos com explosivos registrado neste ano na capital e região metropolitana.

Por volta das 8h20, três homens armados renderam o porteiro do Auto Shopping Curitiba, que fica à BR-116, e entraram com ele no prédio. Lá, funcionários do setor de limpeza e dois vigilantes da empresa Proforte, que fariam a retirada do dinheiro do terminal eletrônico, também foram dominados pelos bandidos. Em uma ação rápida, eles colocaram uma carga de explosivos junto ao caixa eletrônico e detonaram o artefato. A ocorrência foi gravada por câmeras de segurança, que mostram as vítimas e os suspeitos se jogando ao chão, antes da detonação.

Com a explosão, chapas metálicas do terminal foram arremessadas a mais de 30 metros, tirando lascas do piso. Duas funcionárias, de 33 e 44 anos de idade, ficaram levemente feridas: uma foi atingida por estilhaços e outra teve o ombro deslocado na queda. Da entrada do grupo no shopping à fuga, foram gastos cerca de 2 minutos e 20 segundos. Segundo o advogado do grupo, Adriano Barbosa, dos carros que estavam expostos, pelo menos seis ficaram seriamente danificados. Vários outros veículos tiveram avarias menores, como riscos e pequenos amassados. O valor levado pelos bandidos não foi informado.

"O grupo investe em mecanismos de segurança, como câmeras e monitoramento eletrônico. Entretanto, o que aconteceu foge à razoabilidade. Foi uma ação ousada", definiu o advogado. Segundo Barbosa, em novembro do ano passado, o shopping havia solicitado ao Bradesco a retirada do terminal eletrônico do estabelecimento.

Oito horas antes, o Auto Shopping Curitiba havia sofrido um outro ataque, provavelmente da mesma quadrilha. Por volta das 23h30 de domingo (15), assaltantes dominaram um funcionário e foram direto ao caixa eletrônico. A carga de explosivos usada nesta ação, no entanto, não foi suficiente para arrebentar o compartimento que guarda o dinheiro. Este ataque havia sido registrado pela Polícia Militar (PM). "O que se espera é que o caso seja solucionado", disse o advogado.

Investigações

A Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) analisa as imagens do sistema de segurança do shopping e fez um levantamento no local. "Acreditamos que mais de uma quadrilha esteja em atuação, praticando este tipo de crime", avaliou o delegado Guilherme Rangel, adjunto da DFR. A polícia pretende ouvir os funcionários do shopping e cruzar as informações com levantamentos do serviço de inteligência.

Rangel apontou que esta modalidade de crime começou a entrar em evidência a partir da metade do ano passado, depois que um lote de explosivos foi roubado do paiol de uma pedreira, em Almirante Tamandaré, na região metropolitana. Dinamites levadas de pedreiras em Campo Magro e de Joinville, em Santa Catarina, também podem estar sendo usadas nos crimes. "Um dos problemas é que os bancos lucram bilhões por ano, mas não investem em segurança", disse o delegado.

Um levantamento realizado pelo Sindivigilantes aponta que 49 caixas eletrônicos foram vítimas de ataques de quadrilha especializadas em 2011, em Curitiba e região metropolitana. "Na grande maioria dos casos, os terminais foram explodidos", afirma o presidente do sindicato, João Soares. Neste ano, nove terminais foram alvo das chamadas "gangues da dinamite", de acordo com o Sindivigilantes.

Em julho do ano passado, a polícia prendeu uma quadrilha de 11 pessoas, acusadas de furtar caixas-eletrônicos, usando maçaricos. O grupo foi preso em Palmeira, nos Campos Gerais, depois de trocar tiros com a polícia. Entre os presos, estavam um soldado da PM e dois policiais aposentados.

Sindicato sugere convênio com Exército

O presidente do Sindivigilantes vai sugerir oficialmente à Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) um convênio com as Forças Armadas a fim de fechar o cerco às gangues da dinamite. O objetivo é que a polícia pudesse ter acesso ao banco de dados do Exército , que autoriza a compra e venda de explosivos no território nacional e que cadastra esse material. Na avaliação de Soares, essas informações auxiliariam a polícia paranaense nas investigações.

"A Sesp tem que tomar uma providência, porque do jeito que está não dá para continuar", disse Soares. "Outros estados, como Santa Catarina, já mantêm esse tipo de convênio. Como o Exército cadastra os explosivos, essas informações poderiam até ajudar nas investigações", menciona.

Veja imagens de câmeras de segurança divulgadas pela DFR

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