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Tragédia

Bebê esquecido no carro é enterrado

Parentes pedem compaixão pelo pai e que a sociedade não julgue a fatalidade

São Paulo – Ninguém consegue explicar direito o que aconteceu. Muito menos entender. O enterro do menino Gustavo Garcia, 1 ano e 4 meses, esquecido ontem pelo pai dentro do automóvel da família em Guarulhos, foi marcado por um apelo da família: que a sociedade não julgue a tragédia. "Pedimos compaixão das pessoas e que elas tentem não julgar o pai’’, disse Rosângela Vassolere, tia de Gustavo, após o sepultamento. Acompanhado por cerca de 150 pessoas, o enterro no Cemitério Vertical Memorial, também em Guarulhos, Grande São Paulo, foi antecipado a pedido da família. Marcado para as 11 h, ocorreu às 9h30, duas horas após os parentes terem chegado ao local para o velório.

Em estado de choque, sob efeito de sedativos, os pais não deram declarações. De acordo com Rosângela, eles seguiriam direto a uma clínica para acompanhamento psicológico. Na manhã de ontem, o biólogo Ricardo César Garcia, 31 anos, em seu primeiro dia de férias, levou a mulher ao trabalho e voltou para casa.

Considerado um pai exemplar por vizinhos e amigos do casal, ele acabou esquecendo o único filho dentro do carro, já que rotineiramente o menino costumava ficar na casa de um parente, e subiu para seu apartamento, onde acabou dormindo. Por volta do meio-dia, ao atender um telefonema da mulher, lembrou que o garoto estava no veículo, um Celta preto parado no estacionamento descoberto do prédio, há quase quatro horas. Ao chegar no carro, encontrou o filho desacordado e ambos foram levados por vizinhos ao Hospital Bom Clima.

De acordo com o diretor-clínico do hospital, Marcos Leite Nunes, a criança já chegou morta, com parada cardiorrespiratória e temperatura acima dos 40ºC. Garcia foi autuado por homicídio culposo (sem intenção), pagou fiança de R$ 300 e responderá ao inquérito em liberdade. Ainda não há data definida para seu próximo depoimento.

"O que aconteceu foi uma fatalidade. Não houve negligência do pai’’, diz o síndico do condomínio, João Valentim Filho. Segundo ele, o biólogo era um pai extremamente cuidadoso e presente. "As pessoas não podem imaginar a dor de uma família nessa hora.’’

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