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Em 1915, então na parte urbanizada mais alta de Curitiba, o Belvedere foi idealizado para ser o mirante da cidade | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Em 1915, então na parte urbanizada mais alta de Curitiba, o Belvedere foi idealizado para ser o mirante da cidade| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

A história também rodeia o imóvel

O Belvedere também respira história nas suas redondezas. Pelo menos dois elementos arquitetônicos que circundam a Praça João Cândido merecem destaque: o Palácio São Francisco e o Palácio Garibaldi, ambos tombados pelo patrimônio histórico estadual.

A praça abriga ainda as ruínas da jamais construída Igreja de São Francisco de Paula, do início do século 19. O espaço foi revitalizado em 1995 pela prefeitura de Curitiba. Restam hoje, apenas, ruínas de algumas paredes, de alvenaria de pedra, permanecendo, também a denominação do local – Alto do São Francisco – em referência à presença da Ordem Franciscana.

Nomes

A denominação da praça é uma homenagem ao lapeano João Cândido Ferreira (1864-1948), médico, escritor e político, que chegou a presidência da província do Paraná. A Praça João Cândido já foi Praça do Observatório e Praça Emílio de Meneses.

Conheça algumas entidades e órgãos que já ocuparam o Belvedere:

1915 - Mirante.

1922 - Sede da primeira emissora de rádio do Paraná, chamada PRB-2.

1931- Lá funcionou o Observatório Astronômico da antiga Faculdade de Engenharia do Paraná.

1962 - Sede da União Cívica Feminina Paranaense.

2008 - Após uma reforma, serviu como posto da Polícia Militar, mas por pouco tempo.

2012 - Virou espaço oficial do Centro Estadual de Defesa de Direitos Humanos da População de Rua.

2015 - Passará a ser sede da Academia Paranaense de Letras.

  • Invadido várias vezes por moradores de rua e usuários de drogas, o prédio está sendo pintado novamente. A Academia Paranaense de Letras pretende ocupar o imóvel ainda no primeiro semestre

Neste ano de 2015, o Palácio Belvedere, na Praça João Cândido, em Curitiba, comemora seu centenário e passará a ter nova administração. A Academia Paranaense de Letras vai assumir a gestão do edifício histórico, que funcionará como sede da entidade. A presidente da Academia, Chloris Casagrande Justen, revela que uma parceria com o governo estadual também vai possibilitar o funcionamento de um Observatório de Cultura Paranaense.

"Será um espaço com ações voltadas para a comunidade, interligado com ações culturais", adianta. Há uma lei que autoriza o governo do Paraná a ceder o Belvedere para a Academia pelos próximos 20 anos, mas a questão da segurança preocupa Chloris. Abandonado por muito tempo, a edificação foi pichada diversas vezes e ocupada com frequência por moradores de rua e usuários de drogas.

O abandono do imóvel ocorreu com maior intensidade desde junho de 2014. Antes disso, funcionou no local, por dois anos, o Centro Estadual de Defesa dos Direitos da População em Situação de Rua e dos Catadores de Materiais Recicláveis (Centro Pop Rua), criado para dar apoio à população que vive nas ruas da capital.

Chloris afirma que enquanto a questão de segurança não for resolvida, a Academia não tem condições de assumir o espaço definitivamente. "Mas no início deste ano vamos nos reunir com as autoridades para debater essa questão. A Academia não será a administradora de toda a praça. Será uma gestão compartilhada entre a prefeitura e o estado", ressalta a presidente da Academia. Ela acredita que até metade deste ano a entidade estará na sede nova.

O espaço, que terá uma nova cara a partir deste ano, faz parte da história da capital paranaense. Construída em 1915, depois da demolição da capela do Alto do São Francisco, a edificação foi idealizada para ser o mirante de Curitiba (estava no ponto mais alto da parte urbanizada da cidade). O Belvedere, que já foi sede de diversas atividades, é considerado patrimônio histórico e tombado em âmbito estadual desde 1966. O imóvel foi idealizado e, possivelmente, projetado pelo então prefeito Cândido de Abreu. A construção possui uma arquitetura de influência art nouveau.

O mirante ficou em funcionamento até o início da década de 1920, quando o imponente casarão tornou-se sede da primeira emissora de rádio do Paraná, a PRB-2 (Rádio Clube Paranaense), em 1922. Mas as ondas de rádio não foram transmitidas por muito tempo do alto do Belvedere.

Em menos de uma década, em 1931, o espaço virou um observatório astronômico e meteorológico da antiga Faculdade de Engenharia do Paraná. Depois de permanecer sem uso por alguns anos, foi cedido para a União Cívica Feminina em 1962.

Em 2015, o Belvedere tem a chance de voltar a ser utilizado pela comunidade. "Vamos fazer uma programação para comemorar essa data e abrir espaço para atividades junto com a comunidade", garante a atual presidente da Academia Paranaense de Letras.

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