
Um casal de harpias (Harpia harpyja) mantido no Refúgio Biológico Bela Vista, em Foz do Iguaçu, alcançou um grande feito: a reprodução da espécie em cativeiro. Ave símbolo do Brasão de Armas do Paraná, a harpia está em extinção no estado e é raramente encontrada em outras regiões brasileiras.
O bebê harpia nasceu na quinta-feira passada e pode ser o primeiro caso de sucesso de reprodução no Sul do país, depois de duas tentativas frustradas uma em 2007 e outra no ano passado. Outro filhote está sendo esperado ainda para esta semana.
O filhote nasceu com cerca de 80 gramas e, para não morrer, precisou ser separado dos pais, sendo cuidado exclusivamente pelos veterinários e técnicos do refúgio mantido pela Itaipu Binacional. Como explicou especialista no manejo de aves de rapina Marcos José Oliveira, as primeiras crias do casal morreram antes de completar uma semana porque a mãe não as alimentou.
O bebê harpia deve ficar isolado por 30 dias. Na estufa, é possível controlar a temperatura e a alimentação. Além do casal e do filhote recém-nascido, não há muitos exemplares em cativeiro no Paraná. Existem alguns no Parque das Aves, também em Foz do Iguaçu, e no zoológico de Curitiba. O macho está no refúgio desde setembro de 2000, quando foi encontrado em uma caixa de papelão, na saída da cidade, às margens da BR-277. A fêmea chegou em março de 2002, transferida da cidade de Juazeiro, na Bahia, resultado de operações contra o tráfico de animais silvestres naquela região. Os mores remanescentes da ave se encontram na Amazônia.



