Brasília O bloco de esquerda, formado por seis partidos, sem o PT, lança um manifesto no dia 22 de maio, e já decidiu que terá candidatos próprios em quase todas as capitais do país. O manifesto do bloco, formado por PSB, PC do B, PDT, PMN, PAN e PHS, será a espinha dorsal para um programa eleitoral futuro. Nos bastidores, um mapa eleitoral preliminar começou a ser construído.
De acordo com cálculos iniciais dos partidos do bloco, haverá candidaturas próprias em pelo menos 19 capitais do país. As outras sete, Salvador, Recife, Fortaleza, Macapá, Belém, São Luís e Belo Horizonte, são classificadas como críticas por não haver acordo dentro do próprio bloco ou porque há alianças muito sólidas com o PT.
"Teremos candidatos competitivos nos 120 maiores municípios do país, fora as candidaturas simbólicas. Temos problemas em alguns lugares, mas haverá consenso no momento certo", garantiu o deputado Márcio França (PSB-SP), líder do bloco.
Em algumas das grandes capitais, o bloco chega a ter três potenciais candidaturas. Em São Paulo, são cogitados Aldo Rebelo (PC do B), Luiza Erundina (PSB) e Paulo Pereira da Silva (PDT), da Força Sindical. No Rio de Janeiro, aparecem Jandira Feghali (PC do B), Miro Teixeira (PDT) e a possibilidade de uma aliança com Marcelo Crivella, do PRB, partido próximo ao bloco. Em Porto Alegre, despontam os nomes de Manuela d'Ávila (PC do B), Beto Albuquerque (PSB) e Vieira da Cunha (PDT). "Se não houver acordo, teremos o compromisso de aproximação em segundo turno", disse o líder do bloco.
O manifesto do bloco reafirma o compromisso com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a minuta do "programa comum", submetida a ajustes finais, o grupo reitera a tarefa de "apoiar e aprofundar" o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"No documento, reforçamos o apoio ao presidente Lula, não ao PT. Simbolicamente, estamos consolidando nossa posição como força política", disse Márcio França. O texto defende a "autonomia do governo para definir sobre a política macroeconômica", mas reforça a necessidade de uma ação política para "efetivar o compromisso de aprofundar a redução da taxa de juros".



