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Rio de Janeiro

Bombeiros fizeram crianças de escudo humano, diz Cabral

Em nota, governador volta a atacar manifestantes que invadiram quartel, protestando por melhores salários

Bombeiros fizeram um protesto manhã deste domingo (5) nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em defesa de melhores condições salariais e de trabalho | Alessandro Costa/Agência O Dia
Bombeiros fizeram um protesto manhã deste domingo (5) nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em defesa de melhores condições salariais e de trabalho (Foto: Alessandro Costa/Agência O Dia)

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), voltou a criticar o protesto dos bombeiros que invadiram o Quartel Central da capital fluminense na noite de sexta-feira (3). Em nota divulgada pela sua assessoria, Cabral afirma que "bombeiros que honram a sua farda jamais levariam crianças como escudos humanos inocentes a um ato contra a ordem pública como este, iniciado com uma invasão".

O governador diz ainda que os bombeiros que participaram do protesto levaram "crianças junto a marretas" e que é "incomensurável a gravidade de unir armas a crianças". Cabral ressalta que "ninguém planeja levar marretas para 'manifestações pacíficas'". Ele destaca que "invasão, por si só, já é um confronto". "Com marretas, é planejar uma possível batalha. Com crianças, é um crime", afirma, no comunicado.

Na nota divulgada no final da tarde deste domingo (5), Cabral tenta relativizar a dimensão do protesto. Ele destaca que o "Estado do Rio de Janeiro tem 17 mil bombeiros que orgulham o governo e a população". Cabral classifica a invasão como "um gesto de imensa irresponsabilidade" de um grupo de manifestantes. "A imprudência dessas pessoas com seres inocentes, com a ordem pública, e com as suas próprias regras hierárquicas deve e está sendo punida", diz.

O governador ressalva que parte do manifestantes aderiu ao movimento inconscientemente e induzida pelos líderes do grupo, e que 439 bombeiros foram presos. Cabral finaliza a nota afirmando que "milhares de bombeiros, que orgulham o nosso Estado e são leais à premissa do salvamento, têm e merecem do governo do Rio de Janeiro o diálogo".

Protesto

Na noite de sexta-feira (3), cerca de 1.000 bombeiros entraram no Quartel Central da corporação, no centro do Rio, reivindicando aumento salarial e melhores condições de trabalho. Alguns manifestantes estavam acompanhados de suas mulheres e filhos.

No início da manhã deste sábado (4), o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM) invadiu o quartel para reprimir o protesto. Com o uso de explosivos, os homens do Bope botaram abaixo o portão dos fundos do quartel e entraram detonando bombas de gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral. Houve muito tumulto e rajadas de tiros.

O Bope prendeu 439 bombeiros. Eles foram levados para a Corregedoria Interna da PM, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Na manhã de hoje, eles começaram a ser transferidos para as unidades militares do Corpo de Bombeiros.

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