Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Sono

Brasil está entre os países do mundo onde menos se dorme, indica pesquisa

Estudo da Universidade de Michigan mostra como os estímulos da vida moderna afetam o sono; mulheres descansam mais

Brasileiros dormem, em média, sete horas e meia | Daniel Castellano / 
Gazeta do Povo
Brasileiros dormem, em média, sete horas e meia (Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo)

O Brasil está entre os três países onde menos se dorme no mundo. É o que indica uma pesquisa global publicada no fim da semana passada pelo periódico científico Science Advances. O estudo usou dados sobre hábitos de sono compartilhados voluntariamente por usuários de um aplicativo para smartphones criado especialmente para ajudá-las a combater os efeitos do chamado jet-lag, o mal-estar que sentimos quando viajamos e mudamos abruptamente de fuso horário.

Segundo os cientistas da Universidade de Michigan, nos EUA — criadores do aplicativo, batizado Entrain e lançado em 2014 —, idade, gênero e nacionalidade parecem ter forte influência na quantidade de sono e no horário em que as pessoas dormem ao redor do mundo. O levantamento, que contou com dados de pouco mais de 5,4 mil pessoas espalhadas por cerca de 100 países, mostra que Cingapura, Japão e Brasil, nesta ordem, são os países onde menos se dorme.

A média entre as pessoas nestes locais ficou em torno de sete horas e meia de olhos fechados por noite. Enquanto isso, os holandeses são os que têm o maior período de sono diário: oito horas e 12 minutos.

Levando em conta os dados globais, os homens de meia-idade são os que menos dormem, frequentemente descansando abaixo das recomendadas sete a oito horas por noite. Além disso, na média global, as mulheres contabilizam cerca de 30 minutos a mais de sono diário que os homens.

O estudo revelou também que embora responsabilidades como trabalho, estudo e o cuidado com as crianças tenham um importante papel na determinação da hora que acordamos, as tendências populacionais indicam que há outros diferentes fatores que influenciam a hora que vamos para a cama e acordamos.

De acordo com a pesquisa, o horário do despertar ainda acompanha de perto o que é conhecido como ciclo circadiano, nosso relógio biológico regulado pelo nascer e pôr do Sol. Por outro lado, é a hora de dormir que mais sofre com as pressões culturais e os avanços tecnológicos, sobrepujando o ciclo natural de dia e noite.

Segundo os cientistas, iluminação artificial, TV, computadores, tablets e afins, além de compromissos sociais, estão fazendo as pessoas irem para cama muitas horas mais tarde. E esses dois fenômenos juntos se traduzem em menos horas de sono do que o desejável ou necessário.

“ Por toda parte, parece que a sociedade governa a hora de ir para a cama, e dormir mais tarde está ligado à perda de horas de sono”, diz Daniel Forger, professor da Universidade de Michigan e autor sênior do estudo. “Ao mesmo tempo, observamos um forte efeito do relógio biológico dos usuários (do aplicativo) no seu horário de despertar, e não apenas dos seus alarmes. Assim, esses achados nos ajudam a quantificar o cabo de guerra entre nossos relógios solares e sociais.”

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.