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Ensino

Brasil não avança no ranking de proficiência em língua inglesa

Especialistas apontam a estagnação econômica e a falta de políticas públicas para o aprendizado do idioma no país como causas da dificuldade

A fluência em inglês ajudou a estudante de Direito Thaís de Rocco a ler textos necessários na faculdade e a se aperfeiçoar na área | Antônio More/Gazeta do Povo
A fluência em inglês ajudou a estudante de Direito Thaís de Rocco a ler textos necessários na faculdade e a se aperfeiçoar na área (Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

O Brasil segue na modesta 38.ª posição no Índice de Proficiência em Inglês (EF EPI), divulgado recentemente pela empresa de educação Education First. Na lista dos 63 países avaliados, o nosso continua no mesmo patamar de um ano atrás, e ainda por cima com uma pontuação menor –caiu de 50,07, em 2013, para 49,96 pontos neste ano –, ficando atrás de Argentina, Peru e Equador, só para citar três vizinhos sul-americanos.

INFOGRÁFICO: Confira o ranking mundial de proficiência em inglês

Segundo especialistas, entre as possíveis razões para a falta de evolução tupiniquim na habilidade de falar o idioma de Shakespeare estão a estagnação econômica do país e a falta de políticas públicas de aprendizado da língua estrangeira. A proficiência, conforme a pesquisa, está relacionada a escolaridade, renda, desenvolvimento humano e empreendedorismo.

O estudo revelou ainda que a taxa de proficiência no Brasil é menor entre pessoas com mais de 45 anos, e maior na faixa etária entre 25 e 44 anos. Em comparação com os homens, as mulheres se saem melhor na estatística – o que, aliás, é uma característica mundial. Enquanto eles têm índice 47,73, elas chegam a 51,71 pontos. Apesar da estagnação, o desempenho brasileiro no ranking é melhor do que o de 2012, quando ocupava a 46.ª posição. A alteração, porém, está dentro de uma variação normal.

Surpresa

Para a coordenadora pedagógica da rede de escolas de idiomas Fisk, Vera Bianchini, o resultado surpreende. "Todos esperavam [mais] proficiência em função da realização da Copa do Mundo aqui no Brasil, o que não se comprovou", observa. O diretor de relações acadêmicas e institucionais da Education First, Luciano Timm, avalia que uma das explicações para a estagnação é o modelo de aprendizado da língua inglesa. "Estamos sem alterações na forma de ensinar inglês no Brasil."

Os países foram categorizados em sete níveis de proficiência: muito baixa, baixa, moderada, alta e muito alta. Pessoas com proficiência baixa ou muito baixa podem entender expressões diárias e frases simples na língua inglesa. Conseguem se apresentar, mas não interagir. A proficiência moderada indica que a pessoa consegue entender pontos em assuntos que lhe são familiares. Tem capacidade de lidar com algumas situações em viagens, escola e trabalho. As proficiências alta e muito alta se referem a pessoas fluentes, que interagem e se comunicam como se fossem nativos na língua.

Apenas sete países se enquadram na categoria de proficiência muito alta, todos no continente europeu. Dinamarca, Holanda, Suécia, Finlândia, Noruega, Polônia e Áustria, respectivamente, têm as maiores pontuações entre os países considerados na pesquisa. O primeiro colocado tem 69,30 pontos.

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